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Passo a passo

• Primeiro é feita a lavagem do cabelo com xampu de limpeza profunda.

• Em seguida, seca-se o cabelo.

• É feita então a aplicação do produto para alisar, que deve ter concentração máxima de 0,2% de formol.

• O cabelo é dividido em mechas e a prancha quente é passada.

• O procedimento dura cerca de uma hora e o efeito cerca de três meses.

A morte da dona de casa goiana Maria Eni da Silva, na semana passada, após ter feito uma escova progressiva nos cabelos, reacendeu a discussão sobre a segurança desse tipo de técnica. Além dela, outros dois casos de mulheres que se sentiram mal após o procedimento estão sob investigação da Vigilância Sanitária de Goiás.

Em Curitiba, desde o início do ano, a Vigilância Sanitária já realizou apreensões de produtos irregulares em dois salões da região central. Em ambos os casos, o motivo foi a quantidade de formol usada na fórmula.

De acordo com o diretor do Departamento de Saúde Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde, Moacir Gerolomo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite uma concentração máxima de 0,2% da substância. "Acima disso já é considerado prejudicial à saúde", alerta.

A escova progressiva, que alisa os fios por um período de até quatro meses e pode custar até R$ 300, é oferecida na maioria dos salões de beleza de Curitiba. O gerente do salão Stylo Hair, César Silva, conta que já chegou a fazer cerca de 200 em um mês. Apesar do sucesso, muitas mulheres têm se mostrado preocupadas. De acordo com uma das sócias do salão Torriton, Maria Lúcia Vialle, muitas clientes passaram a questionar a composição do produto antes da aplicação. Já o gerente do salão Frank d'Ferran, Orlando Jucoski, conta que, no dia de ontem, quatro clientes telefonaram desmarcando o procedimento.

A recepcionista Lislaine Luder, 20 anos, não se intimidou com as notícias e resolveu dar um fim à dependência do secador. "Lavo os cabelos todos os dias e chego a gastar 50 minutos para deixá-los lisos. A partir de agora será muito mais prático."

Para a dermatologista e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fabiane Brenner, o principal cuidado está em escolher um salão recomendado e fazer uso de produtos confiáveis. Segundo ela, conferir a fórmula do produto é essencial. Os mais seguros seriam os que levam tioglicolato de amônio como agente alisador. Segundo o cabeleireiro Frank d'Ferran, nenhum produto alisador deve ser aplicado a menos de três dedos da raiz do cabelo. "Tomando estes cuidados não há risco nenhum", diz.

Fabiane ressalta que ao utilizar produtos irregulares os profissionais também se arriscam. Em contato com a pele, com o couro cabeludo ou quando inalado, o formol pode causar irritações, coceira e lesões nas mucosas e no pulmão. "O couro cabeludo é uma região bastante vascularizada e, portanto, tem bastante absorção", explica.

De acordo com a cabelereira responsável pela avaliação dos produtos no salão Jacques Janine, Isabel Nogueira, ainda existem salões que utilizam o formol indiscriminadamente. "Quanto maior a concentração mais liso fica o cabelo, mas o problema não está só nos salões, as clientes também são teimosas", afirma.

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