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Por ser uma comédia de Lars von Trier, o humor é negro e mais refinado | Divulgação/IFC Films
Por ser uma comédia de Lars von Trier, o humor é negro e mais refinado| Foto: Divulgação/IFC Films

Um dos acusados completou 18 anos ontem

Um dos adolescentes apreendidos, acusado da morte da universitária Ana Cláudia Caron, completou 18 anos ontem. O jovem, que teve o retrato falado divulgado pela polícia na sexta-feira, teria cometido o crime antes de seu aniversário. Assim, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ele responde ao crime como adolescente. Se condenado, deve ser encaminhado a um educandário, onde permanece por no máximo três anos.

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Menos de uma semana depois do crime que chocou os paranaenses, a morte da estudante curitibana de Educação Física da UFPR Ana Cláudia Caron, 18 anos, foi solucionada neste fim de semana com a prisão de quatro suspeitos. Dois adolescentes, um de 17 anos (descrito no retrato falado divulgado pela polícia) e outro de 15, são acusados de roubar, violentar, matar e incinerar o corpo da universitária. Além deles, outras duas pessoas foram detidas e acusadas de participação no crime: Ângela Ferraz da Silva, 22 anos, namorada de um dos adolescentes; e o traficante Weryckson Ricardo de Pontes, 19 anos.

De acordo com as investigações da polícia, os dois adolescentes, usuários de crack e maconha, abordaram Ana Cláudia em frente da academia que ela freqüentava no bairro São Francisco, em Curitiba, na última terça-feira, com o intuito de roubá-la. Encontraram com ela R$ 70 e pertences pessoais, que teriam sido oferecidos a Pontes. O traficante teria sugerido que os rapazes se livrassem da moça, já que ela os reconheceria facilmente.

Depois de rodar com a universitária por horas, os dois adolescentes teriam seguido até um matagal no Jardim Marrocos, em Almirante Tamandaré, na região metropolitana, para violentá-la. Ana Cláudia teria reagido e tentado fugir. Os rapazes a detiveram, colocaram sacos plásticos em sua cabeça, deram um tiro em sua boca e atearam fogo ao corpo. Horas depois, eles voltaram ao local para jogar mais gasolina e dificultar a identificação.

Os rapazes ficaram com o carro da estudante durante quarta e quinta-feira. "Eles mandaram lavar o veículo achando que evitariam a identificação das digitais", explica o delegado da Delegacia de Furtos e Roubos, Rubens Recalcatti. Na quinta-feira, a polícia achou o corpo de Ana Cláudia e, na sexta-feira, os rapazes resolveram se livrar do carro, que foi incendiado e abandonado perto de onde haviam deixado o corpo da estudante.

Com informações repassadas pela população, a polícia conseguiu efetuar a prisão dos quatro acusados no início da noite de sábado. Ângela e o namorado foram os primeiros a serem encontrados na casa onde moravam, em Almirante Tamandaré. Na residência, a polícia encontrou todos os objetos levados da garota no momento do crime.

Depois de presa, Ângela levou os policiais até o outro adolescente. Horas depois, a polícia prendeu Pontes. "Ângela foi conivente, ela sabia de todos os detalhes do crime, inclusive guardou o carro. Já o traficante negociava os pertences de Ana Cláudia", explica Recalcatti. Os quatro detidos vão responder por homicídio qualificado. A arma do crime foi encontrada ontem, com a companheira do traficante preso.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, cerca de 150 policiais civis e militares trabalhavam desde terça-feira na força-tarefa montada para solucionar o caso. "A polícia fez seu papel impedindo a impunidade. Nós lamentamos e nos solidarizamos com a família", afirma o secretário Luiz Fernando Delazari. "Eu não me senti desamparado pela polícia depois, mas acho que só perdi tempo ligando para o 190", reclamou o pai de Ana Cláudia, Paulo Caron, durante a coletiva de imprensa, ontem.

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