• Carregando...

O caso da chacina de Piraquara, em que o ambientalista Jorge Grando, o irmão dele e mais três pessoas foram mortas em 2011, deve voltar para a Delegacia de Piraquara e o inquérito pode começar praticamente do zero. Na última segunda-feira (26), a Justiça inocentou os quatro réus do caso, entre eles a ex-mulher de Grando, Derise Farias Pereira Grando, após um pedido do Ministério Público (MP) do Paraná, que alegou falta de provas contra os réus.

Derise foi acusada de ser a mandante do crime. O motivo: ficar com dinheiro que estava na chácara em que as vítimas foram mortas. Grando e os outros quatro homens foram rendidos por bandidos armados, tiveram as mãos amarradas por fios de luz e, na sequência, executados com tiros na cabeça. No inquérito que chegou à Justiça, o MP apontou falta de provas, pois as testemunhas não conseguiram sustentar suas versões em depoimento, o que fez o órgão pedir pela inocência dos acusados.

Segundo a Polícia Civil, com a improcedência das acusações e a inocência dos quatro réus, o caso mais provável é que a investigação volte para a delegacia do município e não deve ser arquivado. A partir de agora, o DP de Piraquara deve colher novas provas para reiniciar o inquérito e descobrir quem cometeu os crimes na chácara.

Desde a sentença, proferida pela juíza Vivian Cristiane Eisenberg de Almeida Sobreiro e disponível no Diário de Justiça Eletrônico do Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná, o MP tem um prazo de dez dias para recorrer da decisão, o que não deve acontecer, pois foi o próprio órgão que pediu a inocência dos acusados por falta de provas.

O período de dez dias, chamado de trânsito em julgado, é aguardado pela defesa de Derise, que deve entrar com uma ação contra o Estado por causa da acusação que a ex-mulher do ambientalista sofreu. O advogado dela, Antônio Pellizzetti, diz que a possibilidade da ação contra o Estado existe, porque a lei permite esta brecha em casos de inocência. "Por ética, estamos esperando o trânsito em julgado, mas poderemos sim entrar com uma ação de indenização". O advogado ainda deve conversar com a cliente para saber se ela vai pedir a indenização.

A reportagem tentou entrar em contato com o delegado Amadeu Trevisan, que na época comandou as investigações, para ele comentar a decisão, mas não o delegado não foi encontrado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]