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Ponta Grossa – Uma semana depois da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) ter confirmado um surto de meningite em Castro, a doença volta a assustar a Região dos Campos Gerais. Na noite de terça-feira, em Ponta Grossa, um bebê de seis meses morreu devido ao tipo mais grave da meningite, a hemorrágica. Em apenas três dias, este é o segundo caso registrado na cidade. No sábado, uma criança de um ano e três meses também morreu devido à meningite hemorrágica.

Segundo a coordenadora do programa de doenças imunopreveniveis da Sesa, Nilce Haida, proporcionalmente os Campos Gerais são a região com a maior incidência da meningite no estado. Desde o inicio do ano, a região teve 24 casos e 11 mortes. Só em Ponta Grossa, foram 10 casos e seis mortes.

Em Castro, depois da morte dos adolescentes nos dias 12 e 17 de junho, o único hospital da cidade registrou um aumento de 100% no número de consultas. O mesmo ocorre agora em Ponta Grossa. Segundo o pediatra Mauricio Andrade, no Pronto Socorro Infantil a demanda está em 300 consultas diárias, 50% a mais que o normal.

Embora a média de 2006 acompanhe a do ano passado, os casos deste ano preocupam as autoridades de saúde devido à proximidade da ocorrência entre eles, sem qualquer ligação entre as vítimas. Segundo Nilce, o ser humano é o único hospedeiro natural da bactéria e estima-se que 10% das pessoas tenham a bactéria na garganta sem saber de sua existência ou desenvolver a doença. Geralmente, a bactéria permanece na garganta por um curto período e acaba eliminada pelo organismo, mas mesmo sem desenvolver a doença a pessoa pode transmitir a bactéria para uma outra, que, se tiver um sistema imunológico mais fraco, terá meningite. Por isso, a maior incidência da doença ocorre entre crianças e idosos. Para Nilce, é provável que os adolescentes que morreram há duas semanas em Castro, num intervalo de quatro dias, tenham contraído a bactéria de um hospedeiro. "Não havia ligação entre os alunos, eles nem se conheciam", diz. O mesmo pode ter ocorrido com os bebês mortos nesta semana em Ponta Grossa.

Ainda não há uma vacina eficaz contra a meningite. O estado fornece a vacina contra um tipo da doença, que é aplicada aos dois, quatro e seis meses de vida. As disponíveis para os tipos A,C,W e Y não são tão eficazes em crianças menores de um ano e meio. Acima dessa idade, e em adultos, a proteção da vacina dura de um a quatro anos. Já as vacinas contra a meningite meningocócica estão disponíveis para controle de surtos.

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