• Carregando...
Daniele: quarto de Brunno é mantido do jeito que o garoto deixou | Henry Milleo/Gazet ado Povo
Daniele: quarto de Brunno é mantido do jeito que o garoto deixou| Foto: Henry Milleo/Gazet ado Povo

Ponta Grossa - A tarde de 22 de março de 2009 ficará para sempre na memória da professora Daniele Suzana Pereira Machado. O filho único, Brunno Ramon Pereira, 15 anos, estava no kamikaze que se partiu ao meio, ferindo outros 10 adolescentes. Ele permaneceu por oito dias numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu. O parque de diversões, que foi montado sem atender às normas de segurança, era uma das atrações dos 305 anos de Castro, nos Campos Gerais. Após um ano, ninguém foi responsabilizado pela morte.

Dois processos estão tramitando no Fórum de Castro. Um na área cível pede a reparação de danos à organização do evento. Outro na área criminal pede a punição dos organizadores pelo crime de homicídio culposo (sem intenção de matar). A Polícia Civil concluiu o inquérito em maio do ano passado, mas o Ministério Público pediu laudos complementares e ainda não ofereceu denúncia.

Foram indiciados os donos do parque – os irmãos Claudinei Morer e Carlos Alberto Morer – e o promotor do evento, Reinaldo Rodrigues dos Santos. A reportagem não conseguiu localizar os indiciados. Os três já foram ouvidos na ação criminal e negaram a responsabilidade no acidente. Na ação cível, apenas os donos do parque foram interrogados, já que Santos não foi localizado pelo fórum. Segundo os advogados do escritório Woyceichoski, contratados pela família de Brunno, está se aguardando a localização de Santos para dar andamento à ação.

A prefeitura de Castro instaurou uma comissão de sindicância na época do acidente. A procuradoria do município, que da­­ria entrevista sobre o assunto, não retornou às ligações. A prefeitura reembolsou R$ 4,7 mil dos gastos hospitalares, que ficaram em R$ 27 mil.

A Câmara Municipal aprovou projeto de lei reforçando as exigências para a instalação de parques na cidade. "Na época do acidente ficou aquele jogo de empurra-empurra. Agora a lei veio para que fique definido com clareza quem deve responder", afirmou o presidente da Câmara, Antonio Levi Napoli Pinheiro (PMDB). O projeto ainda depende da sanção do prefeito para virar lei.

A família de Brunno ainda está em luto. O quarto do garoto foi preservado da maneira como ele deixou. A mãe, Daniele, mudou pouca coisa: colocou fotos do garoto na parede, livros de orações sobre a cama e os tênis usados no dia do acidente numa estante. Ela mantém uma rotina dolorosa: vai ao cemitério diariamente. "Perdi a motivação de tudo", afirma.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]