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Volante Valencia volta com moral e a confiança do treinador Antônio Lopes | Albari Rosa / Gazeta do Povo / Arquivo
Volante Valencia volta com moral e a confiança do treinador Antônio Lopes| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo / Arquivo

A morte da balconista Adriana Aparecida Rigobelo, 28 anos, no Terminal Guadalupe, Centro de Curitiba, no início da noite de segunda-feira, expôs dois problemas registrados diariamente no local: a falta de segurança no terminal rodoviário, por onde passa a maioria das linhas de ônibus que ligam a capital a municípios da região metropolitana, e o comércio ilegal de vales-transporte. Adriana foi morta por volta das 18h30 de segunda-feira, quando esperava o ônibus para Quatro Barras. Ela foi atingida por uma bala na cabeça durante tentativa de assalto a um vendedor de vales-transporte. Outra pessoa ficou ferida, mas não corre risco de morte: Valéria Ferreira Galo, 32 anos, foi atingida de raspão.

O autor dos disparos, Eduardo Barcheski, 41 anos, foi detido por um policial militar e um guarda municipal que estavam no local e encaminhado para o 1.° Distrito Policial, onde está preso. Segundo o delegado Antônio Macedo de Campos Júnior, Barcheski contou que foi assaltado por duas pessoas. Ele teria conseguido tomar a arma da mão de um dos assaltantes e atirado quatro vezes.

"O guarda municipal estava na fila, quando ouviu uma discussão entre três pessoas", disse o delegado. "Quando viu, a arma já estava na mão dele (Barcheski)." Macedo pretende investigar o caso para saber se realmente houve tentativa de assalto. Com Barcheski foram apreendidos R$ 3.920 em dinheiro, cerca de 2 mil vales-transporte e um revólver calibre 38 milímetros com a numeração raspada.

A família de Adriana estuda a possibilidade de fazer um protesto no Guadalupe para pedir mais segurança no local. "Já presenciei cenas de tráfico de drogas e prostituição no terminal", afirmou ontem a irmã de Adriana, a vendedora Glauciane Rigobelo, 32 anos. "Não tem nem como circular ali. Virou um antro de tudo que se pode imaginar. E os vendedores de vales fazem pressão nas filas. Minha irmã morreu por causa disso."

Outros usuários do terminal disseram que assaltos são comuns no local. "Já vi dois casais agredindo uma senhora", contou o operador de máquinas Paulo Sérgio da Silveira, 21 anos. Segundo o eletricista Djalma Sebastião Santos, 63 anos, o principal alvo são os telefones celulares. "Eles gostam de atacar as mulheres. Chegam e já vão levando tudo", revelou. "O melhor é ficar quieto." A funcionária pública Neusa Padilha, 52 anos, diz que não freqüenta o terminal à noite. "É bem pesado. De dia, o que eu já vi são brigas e garotos que passam correndo e roubam bolsas."

Ilegal

Ontem à tarde, pelo menos dez pessoas vendiam vales-transporte no Terminal Guadalupe, atividade que é ilegal segundo a Urbs, empresa que gerencia o sistema de transporte coletivo em Curitiba. Ao ver a reportagem, a maioria procurou se esconder. Um deles, que se identificou apenas como Roberto, 18 anos, contou como os vendedores trabalham. Segundo ele, os vendedores compram os vales de pessoas que os recebem nas empresas em que trabalham. "Se a passagem custa R$ 1,80, compramos por R$ 1,50 ou R$ 1,60, e vendemos por R$ 1,70", disse. Enquanto a reportagem esteve no local, várias pessoas pararam para comprar os vales, já que os atravessadores cobram valores inferiores às tarifas (entre R$ 0,5 e R$ 0,10 a menos).

Roberto disse que está no ramo desde os 13 anos. "Dá para vender entre 100 e 150 por dia. A coisa só melhora no começo do mês, quando eu vendo até 250 vales por dia. É melhor do que roubar", comentou. Segundo ele, Eduardo Barcheski chamava a atenção por manter uma grande quantidade de vales. "Ele estocava, por isso tinha tanto dinheiro no bolso. Quando a gente ficava sem, ele vendia. Ganhava R$ 0,10 por vale, e a gente outros R$ 0,10." Por meio de sua assessoria, a Urbs disse que pretende reforçar a fiscalização no local.

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