Movimento nos bares cai 20%

Bom para polícia e a segurança dos cidadãos, ruim para os bares e para seus freqüentadores. Desde o início da lei, os estabelecimentos tiveram uma redução de 20% na freqüência e no consumo de bebidas alcoólicas. De acordo com o presidente da Associação de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), Fábio Aguayo, durante os dias de semana o movimento caiu muito mais do que o esperado. "Daqui a pouco talvez nem precise de lei para ter horário de fechamento, porque sem cliente não tem porque abrir", comenta.

Segundo a Abrabar, as pessoas têm procurado mais os bares de bairros para voltarem a pé para casa e alguns lugares mais centrais chegam a ter uma redução de 30% na clientela. "Por isso precisam oferecer outras atrações: alguns passaram a caprichar nas comidas, outros colocaram música ao vivo", explica Aguayo. "Mas, nesse caso, enfrentamos outro problema: o alvará. Já marcamos reunião com o prefeito para tentar resolver."

Os donos de bares querem uma alternativa para transportar os clientes. "As jardineiras, que fazem a linha turística, poderiam muito bem funcionar de madrugada para levar as pessoas que não podem dirigir para casa", sugere o presidente.

A Abrabar tem pesquisa em andamento para saber se os curitibanos têm voltado para casa de táxi ou de carona após a lei seca. Ela deve ficar pronta até o fim do mês. (AS)

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Depois de dois meses de lei seca, a capital paranaense apresentou uma queda no número de acidentes mais baixa do que a registrada em outras capitais, mas os curitibanos estão tomando mais cuidado ao combinar bebida com direção. O total de de mortes no trânsito em Curitiba desde o dia 20 de junho, início da vigência da lei, diminuiu 15% em relação ao mesmo período no ano passado. Já o número de autuações, que são as emissões de autos de infração nos casos levados à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), caiu mais de 20%. O número total de acidentes apresentou o mesmo percentual de redução.

Segundo o titular da Dedetran, delegado Armando Braga de Morais Neto, a lei seca funcionou na cidade. "Estamos felizes com os resultados. Percebemos que as pessoas levaram a sério a lei e que elas a estão cumprindo. Sentiram que a polícia está trabalhando nisso, e o caminho para continuarmos com um bom resultado é manter a fiscalização rigorosa", diz.

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Fiscalização

Entretanto, a fiscalização na capital é a mesma que acontecia antes da lei seca. O número de operações permanece o mesmo, pois não foi montada nenhuma em especial para fiscalizar a lei. "Diferentemente dos outros estados, aqui continuamos com as mesmas que fazíamos antes, pois achamos que não haveria necessidade", diz o tenente Sílvio Cordeiro de Paula, do Batalhão da Polícia de Trânsito (BPTran).

Antes da lei, a média de autuações de trânsito na delegacia era cerca de 95 por mês, e agora passou para 75. Apenas no primeiro mês em vigor é que o número foi mais alto, aproximando-se de 135. "Isso mostra que o trabalho policial foi eficiente e que a população viu isso", comenta Braga.

Já no primeiro mês, houve uma redução de 20% dos acidentes em Curitiba – e o número se manteve estável no segundo mês – e logo nas primeiras semanas os atendimentos do Siate caíram 8% em relação a igual período do ano passado. "Acreditamos que o número de autuações se manterá, mas certamente o número de mortes no trânsito será reduzido", diz o delegado.

Bafômetros

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Curitiba tem oito bafômetros no total, mas apenas dois são utilizados para a fiscalização desde o início da lei. Os outros seis ficam guardados no batalhão da BPTran.

Segundo o tenente Cordeiro, apenas os dois sargentos – um de cada companhia de trânsito – ficam com o bafômetro. "Quando acontece o acidente, eles se dirigem para o local, já que o teste é rápido e dura menos do que cinco minutos", explica.

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