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Os presos mantidos como reféns estão sendo frequentemente espancados pelos rebelados | Josué Teixeira/ Gazeta do Povo
Os presos mantidos como reféns estão sendo frequentemente espancados pelos rebelados| Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo

A rebelião na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG), no Centro-Sul do Paraná, já dura mais de 35 horas. Desde o fim da manhã da última segunda-feira, três agentes penitenciários foram libertados por cerca de 40 presos que comandam a ação, mas dez desses trabalhadores ainda eram mantidos reféns até o fechamento desta edição. Além dos agentes, outros seis detentos condenados por crimes sexuais também estão entre os reféns. Esses, inclusive, têm sido constantemente espancados e torturados pelos rebelados.

Em coletiva concedida no fim da tarde de ontem, o 1.º Tenente da Polícia Militar Fábio Zarpelon informou que, desde o início do motim, 11 presos foram retirados do local, medicados, e movidos para a Cadeia Pública de Guarapuava – a mesma em que seis homens fugiram na manhã de ontem. Zarpelo disse ainda que três presos estão hospitalizados, mas a situação deles não é grave. O oficial desmentiu boatos de que o Batalhão de Operações Especiais (COE) iria invadir a unidade, deixando claro que esta é a última opção para o caso.

Segundo a PM, os rebelados reivindicam melhorias internas na unidade, troca na direção, progressão de pena para os presos que têm direito e transferências para outras carceragens do estado e de Santa Catarina, o que ainda está sendo analisado pela Secretaria de Estado de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju).

Dos três agentes penitenciários já libertados, um, solto ainda na segunda-feira, teve parte do corpo queimada por cola quente; outro, que saiu ontem das mãos dos detentos, passou algumas horas com uma corda no pescoço no telhado da unidade.

O primeiro agente solto voltou na manhã de ontem à frente da PIG para acompanhar as negociações porque teme pela vida dos colegas. Ele está abalado e não quis dar entrevista.

Segundo a PM, embora a unidade tenha recebido dez dos presos que participaram da rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel, no fim de agosto, o motim que toma conta das cinco galerias da PIG não tem ligação com facções criminosas.

Familiares dos presos estão concentrados em frente da penitenciária. Isolados por uma faixa de segurança, estes familiares protestaram ontem contra a falta de informação. Logo depois, policiais militares foram conversar com os familiares e disseram que não há feridos dentro da unidade e que os presos têm se alimentado conforme o previsto.

Segundo o Mapa Carcerário da Seju, a PIG abriga 239 presos e é considerada uma unidade modelo, onde os detentos podem estudar e trabalhar.

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