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A área central de Curitiba vai ganhar mil novas vagas exclusivas para motocicletas – 45% a mais do que as atuais 2,2 mil. Com a mudança, cerca de 200 vagas do Estacionamento Regulamentado (EstaR) da capital, destinadas a automóveis, deixarão de existir. O anúncio dos novos pontos de parada está previsto para a próxima semana, segundo a Secretaria Municipal de Governo. Ontem, cerca de 40 motoboys fizeram um protesto na Praça Carlos Gomes, por causa da mudança no estacionamento de motos nas esquinas da Rua Marechal Floriano e José Loureiro.

De acordo com o secretário de Governo de Curitiba, Maurício Sá De Ferrante, o objetivo da ampliação é atender a demanda crescente de vagas para motos e reduzir o número de automóveis no Centro da cidade. "O município tem interesse de desmotivar a ida de carros para a região central. Faz parte do projeto de revitalização do Centro da cidade", informa o secretário. Dados do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran) apontam um crescimento de 72% na frota de motos de Curitiba nos últimos cinco anos – de 40.123 em 2001, o número passou para 69.306 em março deste ano. "A maioria dessas motos foi comprada para trabalho. O crescimento no número de motoboys é proporcional ao da frota. Há dois anos estamos reivindicando um aumento nas vagas exclusivas", diz o presidente do Sindicato de Trabalhadores Condutores de Motos e Similares de Curitiba (Sintramotos), Tito Mori. Segundo ele, cerca de 25 mil pessoas trabalham como motoboys em Curitiba e região metropolitana.

A criação das novas vagas terá como base um estudo da Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran), feito há um mês a pedido do prefeito Beto Richa. Os novos pontos de parada só serão anunciados após a aprovação do prefeito, que ainda não viu o relatório. "Serão locais condizentes com a necessidade dos motociclistas", garante Ferrante. "Dentro de 90 dias deve acontecer o início das alterações. Elas serão feitas aos poucos, não será algo imediato."

Segundo a assessoria da Diretran, as vagas sugeridas levam em consideração pontos reservados ao EstaR onde não há tanta necessidade de rotatividade de veículos estacionados e locais de constante circulação de motoqueiros. Diferentemente dos automóveis, não há cobrança de taxa de estacionamento para motos. De acordo com a Diretran, isso acontece porque a finalidade do EstaR é a garantia de rotatividade do uso do estacionamento de rua, não a arrecadação. A prefeitura considera que com as motocicletas a rotatividade é natural.

O presidente do Sintramotos acredita que as mil novas vagas ajudarão os motoqueiros. "Entendemos que é complicado mexer nos pontos de estacionamento, que vamos tirar em parte o benefício dos automóveis. Mas o usuário de carro também deve reconhecer a necessidade de espaço para os motoqueiros", afirma Mori. O secretário Maurício Sá De Ferrante destaca que o aumento das vagas para motos não tem relação com o protesto realizado ontem. "Era algo que já estava programado há um bom tempo".

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