• Carregando...

Durante interrogatório nesta terça-feira (9), Flávio Caetano, que prestava serviços como motorista para Bruno e Dayanne de Souza, disse que viu Eliza Samudio apenas uma vez e que esse encontro foi no sítio do goleiro, no dia 8 de junho, quando ela tomava sol com o filho. Flávio Caetano é um dos réus no processo que investiga o desaparecimento e morte de Eliza.

A audiência de instrução é presidida pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, da comarca de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os réus Wemerson Marques e o primo do jogador Sérgio Rosa Sales vão ser ouvidos no turno da tarde.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a previsão é que todos os nove réus sejam ouvidos até esta quarta-feira (10), quando o goleiro Bruno; o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Marcos Aparecido dos Santos, o Bola; e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada de Bruno, devem comparecer ao fórum.

A juíza leu depoimento dado por Araújo em junho deste ano. O réu ressaltou que, na ocasião, os policiais perguntaram se ele conhecia Eliza Samudio, mas não mostraram nenhuma foto da modelo. Ele explicou que não a conhecia pelo nome e por disse que nunca tinha visto Eliza. Ainda segundo Araújo, só depois de ver a imagem dela várias vezes na televisão, a reconheceu.

Nesta terça-feira (10), o motorista disse que depois do dia 10 de junho, quando Dayanne estava cuidando do filho de Eliza, viu os filhos das duas brincando juntos no sítio de Bruno, mas que não viu mais Eliza. Flávio disse ainda que no dia 25 de junho, pegou Dayanne no sítio com o filho de Eliza no colo para levá-la até a casa da mãe de Dayanne. Depois disso, ele ainda levou o bebê da casa da mãe de Dayanne para a casa de uma namorada de Clayton da Silva Gonçalves, que é amigo Bruno.

Ao ser questionado pelo promotor Gustavo Fantini se não achava estranho ter que levar o bebê de Eliza, que estava com Dayanne, para outra pessoa, Flávio disse que "não questionava e não tinha intimidade para perguntar certas coisas". Flávio afirmou também que explicaram para ele que Dayanne iria para a delegacia e por isso precisava deixar o bebê sob o cuidado de alguém.

A mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, acompanhou o interrogatório no fórum de Contagem. Na chegada ao fórum, ela disse que espera que os réus digam onde está o corpo de sua filha. Ela mora em Mato Grosso do Sul e tem a guarda do neto. O bebê não foi visto com Sônia Moura em Belo Horizonte. O G1 tentou entrar em contato com a advogada da mãe de Eliza até o fechamento desta matéria.Depoimento de Elenílson

A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues terminou às 19h50 desta segunda-feira (8), no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a oitiva do caseiro Elenilson Vitor da Silva, que é um dos réus do caso sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. A audiência começou às 10h e terminou às 19h50. Além de Silva, a ex-mulher do goleiro Bruno, Dayanne Souza, também foi ouvida.

A leitura do inquérito pela magistrada iniciou-se às 16h. Na sequência, Marixa interrogou Silva, depois foi a vez do promotor de Justiça Gustavo Fantini e, em seguida, os advogados de defesa. Silva disse à Justiça que no primeiro depoimento dado à Polícia Civil, em Contagem, foi agredido com tapas no pescoço por um dos policiais civis.

Ele disse, também, que, quando foi filmado pela imprensa com um saco de plástico preto, dentro do sítio, estava transportando objetos particulares porque estava indo para a casa da mãe dele. A mudança seria porque ele estava sendo assediado de forma ininterrupta pela imprensa.

Silva contou que não viu a mala de Eliza ser queimada dentro do sítio. Segundo ele, fraldas usadas teriam sido queimadas. Ainda de acordo com ele, a informação sobre a mala ele teria ficado sabendo por meio da imprensa.

O caseiro falou à Justiça que conhece o goleiro Bruno há sete anos e, desde que tinha cerca de oito anos de idade, convive com Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Silva informou que Eliza circulava normalmente pelas dependências do sítio, e que não houve nenhuma restrição à moça.

Ele contou também que em momento nenhum houve uma reunião entre os réus para sequestrar e matar Eliza.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais informou que não vai comentar acerca das possíveis agressões que Silva teria sofrido em seu primeiro depoimento.

Nesta terça-feira (9), a juíza Marixa reinicia, às 8h30, os depoimentos em Contagem. Flávio Caetano; Wemerson Marques e Sérgio Rosa Sales devem falar à Justiça.

Depoimento de Dayanne

Mais cedo, a ex-mulher do goleiro Bruno, Dayanne Souza, disse à Justiça que Elenilson Silva, na ausência de Macarrão, tomava frente das atividades do sitio, como fazer pagamentos e compras, por exemplo.

Dayanne falou que Silva morava em um quarto na casa-sede da propriedade. Ela disse também que Silva e Wemerson Marques, no dia 10 de junho, ficaram o dia todo na rua cuidando dos preparativos do time 100% que iria para o Rio de Janeiro jogar. Que no dia 9 de junho, à noite, Bruno teria ido à casa da avó, dona Estela, com o bebê de Eliza. Dayanne afirmou que Eliza não foi proibida de andar pelo sítio, que ela poderia se movimentar pelas dependências do local e que não presenciou nenhuma hostilidade dos presentes contra Eliza.

Dayanne, por orientação do seu advogado, Francisco Simim, não respondeu as perguntas de Ércio Quaresma. A ex-mulher de Bruno disse em juízo que ela, Fernanda Gomes de Castro e familiares estavam pagando por aquilo que não tinham feito.

Entenda o caso

O goleiro Bruno é réu no processo que investiga a morte de Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno, foi presa em Minas Gerais.

O goleiro; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro respondem na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos é o único que responderá por dois crimes. Ele foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.

A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento. Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]