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O motorista do ônibus da empresa Gil Tur que se envolveu no acidente no qual morreram 8 pessoas e outras 25 ficaram feridas na madrugada de segunda-feira (21), na BR-369, entre Bandeirantes e Andirá, teria sido multado pelo menos uma vez e parado em balanças ao longo da viagem, possivelmente por excesso de peso.

A informação foi dada pela namorada de André Vinicius dos Santos, 20 anos, um dos mortos no acidente. Melina Vieira Pereira, 19 anos, contou que durante a viagem o seu namorado trocava mensagens de texto por celular e chegou a relatar que o ônibus teria sido parado em duas balanças de fiscalização e em uma delas o motorista teria sido notificado. Melina teria perguntado ao namorado se a multa seria por excesso de velocidade ou peso, mas ela não teve mais contato com o namorado. A Polícia Rodoviária Federal informou na segunda-feira (21) que o veículo não foi flagrado por nenhuma de suas equipes ao longo da 369, mas eventuais multas por excesso de velocidade podem ter sido registradas por radares fixos. Apesar da informação, a Polícia Civil ainda não teve acesso aos diálogos entre os dois namorados. Segundo a jovem, mesmo com a revelação, André dos Santos não chegou a afirmar que o ônibus viaja em alta velocidade.

No entanto, outra vítima do acidente, Gildásio Moreira Nascimento, 35 anos, que viajava acompanhado da mulher e de dois filhos, disse que o ônibus seguia em alta velocidade, inclusive no momento do acidente. "Só tive tempo para segurar meu filho de dois anos e vi quando minha esposa foi arremessada para fora do ônibus que ainda caiu sobre seu corpo", detalha.

A mulher de Gildásio Nascimento, Ana Paula Nascimento Oliveira, 32 anos, é uma das vítimas da tragédia. A outra filha do casal foi arremessada para debaixo dos bancos do veículo. A criança sofreu lesões e foi internada na Santa Casa de Bandeirantes com suspeita de fratura em uma das pernas. A passageira Vera Lúcia de Andrade Santos, 58 anos, conta que percebeu que o ônibus estava com problemas. Por duas vezes ela disse ter ouvido um barulho muito estranho na parte debaixo do veículo. "Era como se tivesse alguma peça se desprendendo", afirma. Vera Lúcia avisou o filho do barulho e pediu a ele que alertasse o motorista. "Quando meu filho levantou da poltrona e caminhava até a cabine o acidente aconteceu", disse à passageira que sofreu ferimentos leves, assim como seu filho.

Os internados

Das 25 vítimas internadas em hospitais de Bandeirantes e Cornélio Procópio, apenas seis continuam sob cuidados médicos. Duas delas são mantidas em leitos de UTI na Santa Casa de Cornélio Procópio e correm risco de morte. As outras quatro vítimas estão internadas na Santa Casa de Bandeirantes, mas sem risco de morte.

Perícia

O delegado Michel Araújo informou na tarde dessa terça-feira (22) que o Instituto de Criminalística já periciou o ônibus e que o resultado pode ser apresentado em até 30 dias. Porém, o policial adiantou que pedira agilidade na conclusão dos laudos para que o inquérito possa ser fechado o mais rápido possível. Araújo também confirmou que o tacógrafo do ônibus indicou que por várias vezes o veículo trafegava acima da velocidade compatível com a rodovia. Em alguns trechos, o ônibus chegou a atingir 105 quilômetros por hora, quando o permitido é 60 Km/h. O motorista que conduzia o veículo no momento do acidente recebeu alta nesta terça à tarde, mas ainda não foi ouvido oficialmente pela Polícia Civil, assim como o motorista reserva, que dormia no bagageiro do veículo e que ainda continua internado.

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