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Três pessoas morreram e três ficaram feridas num acidente envolvendo seis carros, pouco antes das 21h de domingo (3), no km 597 da BR-376 (Contorno Sul), na Cidade Industrial de Curitiba. Entre as vítimas está José Maurício Reinaldo, 56 anos, motorista do Santana placa AGN-0723, que, em alta velocidade e com o pisca-alerta ligado, invadiu a contramão da pista sentido Campo Comprido, debaixo de chuva, e provocou a múltipla colisão. José ficou preso nas ferragens e morreu na hora. O Santana atingiu em cheio a frente do Prisma ocupado por Helena Nunes Cipriani, 48, e o marido dela, o laboratorista João Paulo Cipriani, 51, que morreram horas depois, no Hospital do Trabalhador. Um Gol e um Vectra, que vinham atrás do Prisma, não conseguiram frear a tempo e colidiram. Motoristas de outros dois carros - um Palio e um Prisma - pararam na pista para sinalizar e também foram atingidos. Ninguém sabe ao certo por que o motorista do Santana invadiu a pista contrária. Populares comentaram que ele havia saído de um churrasco na casa do irmão, no Conjunto Caiuá, após receber o telefonema da esposa, pedindo que voltasse pra casa. Pessoas ligadas à família contaram que José era dono de um lava-car e teria invadido a pista na contramão porque pegou a entrada errada. Porém, nenhum parente ou conhecido de José foi encontrado para confirmar as informações.

O enfermeiro Fernando Lacerda, 34, conduzia o Palio com destino ao Santo Inácio, para atender em domicílio, quando se assustou com o Santana vindo em sua direção. O carro colidiu primeiro contra o Prisma onde estava o casal Helena e João Paulo. Um Gol escuro, que vinha logo atrás, bateu na traseira do Prisma. "Eu liguei o alerta a 30 metros e fiquei sinalizando aos outros motoristas, quando um Vectra veio embalado, bateu na minha traseira, se perdeu e colidiu com os outros três carros. Não me machuquei porque estava fora do carro", disse. "Foi uma total imprudência do motorista do Santana, que teve coragem de fazer isso ainda mais na chuva", completou o enfermeiro.

Fernando conta que o Vectra complicou o condutor do Gol, Nilton César Savzyn, que foi levado em estado grave ao Hospital Evangélico. "Ele estava bem, mas com a nova colisão, o carro dele foi empurrado contra o Prisma", afirmou. Segundo ele, no Vectra estavam pai, mãe e filho. "A criança chorava muito, mas não ficou ferida".

A cena vista por dezenas de populares que se amontoavam na Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, marginal da rodovia, era de um verdadeiro "sanduíche" entre quatro veículos no meio da rodovia e um amontoado de ferro retorcido. Outro veículo que se envolveu foi o Prisma conduzido por Davi Ricardo, atingido depois que resolveu parar para auxiliar os motoristas. "Fui sinalizar para não ter mais vítimas e alguém bateu na minha traseira. Acabou sobrando pra mim e fui parar no canteiro central", disse.

Minutos antes do acidente, Adriano da Silva de Lima passou pelo Santana, prevendo a tragédia. "Ele estava com o alerta ligado e a luz alta, ultrapassando os carros na contramão. Eu consegui escapar e voltei para ver o que tinha acontecido. Ele não estava sendo perseguido", contou. Para David William, uma das primeiras pessoas a chegar ao local do acidente, José dirigiu na contramão por quase três quilômetros, distância aproximada até o Conjunto Caiuá. "Quando é que uma pessoa em sã consciência vai entrar na contramão e andar mais de dois quilômetros assim?", questionou.

O acidente interrompeu o tráfego até que as vítimas fossem atendidas e os carros retirados da rodovia. Sete ambulâncias do Siate e Samu e dois caminhões do Corpo de Bombeiros atenderam a ocorrência.

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