O motorista que atropelou um gari no centro de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, na noite de sexta-feira (3) se apresentou na tarde desta segunda-feira (6) na Polícia Civil. Ele alegou que teve medo de ser agredido e, por isso, não socorreu a vítima. O coletor de lixo, Rodrigo Antonio Levandoski, 26 anos, se recupera dos ferimentos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Bom Jesus, em Ponta Grossa.
O acidente ocorreu às 19h35 de sexta-feira (3) quando Levandoski atravessava a rua para colocar sacolas de lixo no caminhão de coleta. O motorista de um Vectra prata, que não teve o nome divulgado, bateu no coletor e o jogou a cinco metros do local. Ele fugiu sem prestar socorro. O atropelamento foi flagrado por câmeras de vídeo de uma empresa.
O advogado do motorista, César Antônio Gasparetto, informou que o cliente estava levando a sogra ao supermercado quando atingiu o gari. Ele chegou a parar o carro alguns metros após o local do atropelamento, mas não retornou. "Ele viu que o gari já estava sendo atendido e que estava quase em frente ao Pronto Socorro.
Ele ficou com medo de ser agredido", acrescentou Gasparetto. Segundo o advogado, o condutor, que é vigilante e trabalha em período noturno, não estava alcoolizado.
O coletor de lixo fez cirurgias e já saiu do coma induzido. O hospital não divulgou informações sobre o paciente, mas segundo o técnico de segurança da Ponta Grossa Ambiental empresa na qual o gari trabalha João Carlos Cardozo, o gari está respondendo bem ao tratamento. Levandoski trabalha há nove anos na empresa e é membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa).
"Vamos fazer uma investigação interna do acidente, mas ele é muito consciente das condições de segurança", comenta Cardozo. Conforme Gasparetto, o acidente serve de alerta à empresa. "O caminhão deveria parar ao mesmo lado de onde é feita a coleta para que o coletor não tenha que atravessar fora da faixa de pedestres", comenta. Para Cardozo, as medidas de segurança são tomadas. "O caminhão fica parado com o giroflex ligado e os coletores que trabalham à noite usam uniformes com faixas refletivas", argumenta.
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