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Uma medida adotada pela prefeitura de Curitiba para disciplinar o trânsito nos arredores do Parque Barigüi aos domingos, dia de maior circulação de veículos e pessoas no local, vem sendo sistematicamente desrespeitada. Desde novembro de 2005, a Rua Dr. Aluízio França, que margeia o parque, fica bloqueada para a circulação e estacionamento de carros das 15 às 19 horas. O mesmo ocorre com a primeira quadra das transversais à via (veja quadro abaixo).

A reportagem da Gazeta do Povo esteve no local no último domingo e flagrou, ao lado do agente de trânsito Carlos Jenzura, diversas irregularidades, entre elas, a retirada dos cavaletes para a entrada dos carros na área proibida. Carros andavam na contramão e condutores estavam sem cinto de segurança ou dirigiam e falavam no celular ao mesmo tempo. Algumas pessoas que transpõem a área alegam desinformação. "Faz pouco tempo que estão fazendo isso?", pergunta o engenheiro Allan Szu, 32 anos, que afirma que ano passado freqüentava o parque e nunca tinha se deparado com a proibição.

Jenzura diz que as infrações ocorrem porque os agentes não conseguem estar presentes em todos os pontos. "O bloqueio não está funcionando", afirma ele, que é responsável por vistoriar três bloqueios das transversais. Ele chega a caminhar um quilômetro entre um ponto e outro. "Quando eu estou aqui, lá não funciona", diz.

Para os moradores, o número de guardas é insuficiente para fazer a fiscalização. "O problema é que não há efetivo para pôr gente em todas as ruas", diz o presidente da Associação de Moradores e Amigos do Parque Barigüi (AMAParque), Ari Becker. Apesar das falhas, a maioria dos moradores aprova a medida. "Agora dá para assistir tevê. Antes tinha de deixar o som bem alto. Nada como o sossego", comenta a aposentada Maria dos Santos Lopes, 73 anos. Ela diz que já viu "muita coisa feia" antes do bloqueio, como um homem que ficou só de cueca na frente da sua casa, um outro que urinou no muro, além de outras situações inusitadas.

A Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran), por meio da assessoria de imprensa, informou que o bloqueio é controlado por oito agentes de trânsito, que fazem a fiscalização volante de todos os cruzamentos de acesso à rua. E adverte que os motoristas que desrespeitam a sinalização estão sujeitos às punições previstas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Mas, de acordo com o advogado e professor de Direito de Trânsito, Marcelo Araújo, o motorista que retirar o cavalete poderá não estar cometendo uma infração. "Não há um agente no local e nem uma sinalização que proíba a entrada. Você tem um cavalete, mas aparentemente esse cavalete não diz nada", afirma. Com base no artigo 90 do CTB, Araújo aponta que, na falta, insuficiência ou não colocação de sinalização, não podem ser aplicadas multas.

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