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Os motoristas que trafegam pela Avenida Visconde de Guarapuava, no centro de Curitiba, já utilizam as duas novas faixas de trânsito criadas com a proibição do estacionamento em 25 quadras. No entanto, a prefeitura de Curitiba informa que ainda não multará os condutores que porventura parem na avenida, já que negocia com lojistas da rua uma solução para o fim das vagas de estacionamento.

A implantação das sinalizações horizontal e vertical foi concluída no feriado. Faixas amarelas foram pintadas nas duas pistas no trecho de 2,9 quilômetros da avenida, entre as ruas Ubaldino do Amaral, no Alto da XV, e Ângelo Sampaio, no Batel. As caixas de estacionamento desapareceram e foi feita uma nova divisão das faixas de circulação – agora são seis faixas nas duas pistas da Visconde. Além disso, placas de "proibido estacionar" foram fixadas em todas as quadras.

Ontem, sob o olhar de reprovação dos comerciantes, operários trabalhavam a todo vapor para finalizar a última modificação na Visconde: o recuo da calçada na esquina com a Rua Barão do Rio Branco, próximo à Câmara Municipal.

Proibidos de realizar qualquer manifestação que resulte no fechamento da avenida (a Justiça estabeleceu multa de R$ 20 mil por dia para quem descumprir a liminar), os comerciantes aguardam nova reunião com o secretário municipal de governo, Maurício de Sá Ferrante, para tentar um acordo que minimize possíveis prejuízos com o fim do estacionamento. Mas até o fim da tarde de ontem, a prefeitura não havia informado se o encontro ocorreria hoje ou ficaria para amanhã. Já a Câmara de Vereadores deve realizar ainda essa semana audiência pública para discutir o problema e tentar intermediar uma solução.

O ponto de discórdia é o horário de proibição. Pela proposta original, a prefeitura pretende impedir a parada de veículos na Visconde de Guarapuava das 7 às 20 horas nos dias de semana e das 7 às 14 horas no sábado – as placas instaladas no local já alertam os motoristas sobre esse horário. Os lojistas propõem a proibição antes das 9 horas e após às 17 horas – períodos em que o fluxo de veículos é intenso. "Ou então que pelo menos ocorra a proibição só em um lado da rua. Já ajudaria bastante", diz Rozilei Nunes da Rosa Silva, proprietária de uma loja de motos na Visconde há 25 anos.

Segundo a Diretoria de Trânsito (Diretran) de Curitiba, na maioria das 25 quadras já é proibido estacionar. Em 14 delas não se pode parar veículos em um dos lados da rua e em outras quatro, dos dois lados. Só em cinco quadras, antes das mudanças, o estacionamento era liberado dos dois lados.

Se não houver acordo, os comerciantes prometem recorrer na Justiça contra o poder público. "A prefeitura não tem idéia de quantos anos a gente leva para estabelecer um ponto comercial. Estou arrasada com essa liminar e acho que cedo ou tarde vou ter que mudar meu ponto", diz Rozilei.

As mudanças já causaram reflexos no comércio. Um empresário que estava com tudo pronto para inaugurar uma loja de jogos eletrônicos e internet (lan house) na Visconde desistiu da idéia. Os usuários da via se mostraram divididos. Fábio da Silva, cliente de uma loja de cartuchos de tinta para impressora, não gostou. "Eu venho todos os dias na loja e hoje (ontem) foi o maior sufoco para estacionar o carro", diz. Para o taxista Maurício Adriano Pereira, não há dúvida de que o trânsito vai fluir melhor. "Uma pista a mais sempre ajuda", diz ele que, no entanto, é solidário aos comerciantes da avenida.

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