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Caminhão faz desvio na praça de pedágio que está sendo construída na BR-376, antes de Garuva: localização dificulta vida dos motoristas | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Caminhão faz desvio na praça de pedágio que está sendo construída na BR-376, antes de Garuva: localização dificulta vida dos motoristas| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

A praça de pedágio que está sendo instalada pela concessionária espanhola OHL na altura de Garuva, na divisa do Paraná com Santa Catarina, poderá representar um perigo para motoristas que seguem pela BR-376 com destino ao Sul. Segundo caminhoneiros, haverá dificuldades para frear nas proximidades da praça, localizada em uma curva, logo após o fim da Serra do Mar. De acordo com a assessoria da Autopista Litoral Sul (empresa do grupo OHL Brasil que administrará as concessões de rodovias no Sul do país), a cobrança nas praças de pedágio de Garuva e São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, deverá começar entre o fim deste mês e o início de fevereiro.

A preocupação dos caminhoneiros é com o superaquecimento das fitas de freio. Quando o freio do caminhão é utilizado constantemente – como na descida de uma serra –, há um aquecimento excessivo das fitas. O superaquecimento pode levar a falhas no sistema de frenagem. O risco aumenta queando não há a manutenção adequada ou o condutor não utiliza a marcha correta durante a descida. "Quando o freio aquece, ninguém freia mais", afirma o caminhoneiro Emilio Dalçóquio, diretor operacional da transportadora Dalçóquio, de Blumenau (SC). "(Na praça de pedágio), vai ter caminhão passando por cima de todo mundo. Foi uma série de erros dos órgãos competentes, agora está um empurrando o problema para o outro."

A impressão de Dalçóquio é confirmada por caminhoneiros que passam constantemente por Garuva. "Todo acidente acontece a partir de um descuido. Mas não precisa forçar", comenta Cláudio Menegusso, 47 anos. "Se instalassem a praça de pedágio mais para a frente seria melhor, e não mudaria nada para eles (OHL)." Com a experiência de 25 anos na estada, Menegusso confirma que é difícil segurar um caminhão em uma descida. "Na serra não tem como segurar. Se eu estiver a 40 quilômetros por hora e perceber que estou com algum problema, a única saída é jogar o caminhão no barranco. A cada metro é pior, porque o caminhão vem da serra embalado."

Com 35 anos de estrada, João Soares, 54 anos, acha que o risco de muitos caminhões tombarem antes da praça de pedágio poderá aumentar. "Por mais que o caminhão esteja devagar no começo da serra, depois passa rasgado. Em época de feriados e fim de ano, vai ter fila de carros na praça de pedágio. A única saída vai ser deitar o caminhão", afirma. "Quem descer sem freio vai levar a cancela embora."

Marcos Fernandes, 25 anos, que há sete anos trabalha com um guincho nas BRs 376 e 101, prevê tragédias. "Vai morrer gente. O pedágio tinha de ser depois de Garuva, em um lugar reto, porque às vezes o caminhoneiro pensa que pode frear mas não consegue", diz. Fernandes sugere que a concessionária mantenha um desvio aberto – enquanto a cobrança não começa, os carros que seguem rumo ao Sul passam por um desvio ao lado da praça de pedágio. Ou deixam livre ou vai morrer gente." Segundo ele, o trecho da BR-376 com o maior número de acidentes na região fica entre os quilômetros 668 e 675, na descida. Já na subida, os piores trechos estão entre os quilômetros 668 e 671.

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