Cascavel O Ministério Público Estadual protocolou ontem duas ações penais contra dez pessoas acusadas de formação de quadrilha, peculato e crimes contra a administração pública supostamente praticados no Instituto de Criminalística (IC) do Paraná. Entre os denunciados estão o ex-diretor-geral do IC, Ari Ferreira Fontana, e o chefe da Divisão Técnica do Interior, Geraldo Gonçalves de Oliveira Filho. Na segunda ação foram denunciados os peritos Celestino Böger e Luzimar Oro por falsas perícias e corrupção. Os dois, que foram citados pela primeira vez no caso, estão foragidos.
O anúncio foi feito em Cascavel durante entrevista dos promotores que atuam no caso. Também foram denunciados o chefe do IC de Cascavel, Jayme Cazarote Júnior, e os peritos Osvaldo Panissa e Décio Mitmann, o médico Edson Mitsuo Inafuko (acusado de ser funcionário fantasma), Paulo Frost (particular que teria se beneficiado do esquema) e Josmar dos Santos, ex-chefe da 7.ª Ciretran de Cascavel.
Dos oito acusados, apenas Josmar e Paulo Frost estão foragidos e os demais detidos no Centro de Triagem em Curitiba. A estagiária do IC de Guarapuava, Maria do Rocio Martins Ribeiro, ficou de fora da denúncia dos promotores. A prisão temporária contra ela foi revogada pelo juiz Leonardo Ribas. Celestino e Luzimar, alvos da segunda denúncia, atuaram no IC de Cascavel.
O prazo de cinco dias de prisão temporária contra os presos termina hoje. Os promotores não revelaram se encaminhariam o pedido de prorrogação ou de decretação da prisão preventiva contra os acusados. A coordenadora da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), Fernanda Garcez, disse que os detalhes das apurações não podem ser revelados porque podem prejudicar os trabalhos. "São muitos documentos e ainda não conseguimos analisar todos. Novos fatos estão sendo investigados, por isso o trabalho de investigação é complexo e exige sigilo absoluto", explica.
No processo contra os peritos, os promotores já ouviram pelo menos 20 pessoas, entre acusados, testemunhas e vítimas. De acordo com as investigações, o maior volume de irregularidades é de laudos falsos para "esquentar" carros roubados.
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