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Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar | Roberto Custódio/JL
Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar| Foto: Roberto Custódio/JL

Outro lado - Associação põe em dúvida o teste para detectar fraude

São Paulo – O vice-presidente da Associação Brasileira de Longa-Vida (ABLV), Laércio Barbosa, colocou ontem sob suspeição os testes que serviram de base para a Polícia Federal deflagrar a Operação Ouro Branco, que identificou adulteração no leite. Sem descartar que possa ocorrer fraude no setor leiteiro, Barbosa defendeu a indústria de leite longa-vida e destacou que o tipo de teste utilizado na operação da PF é apropriado para matéria-prima e não para o produto final. "A fraude ocorreu na matéria-prima, que vai para vários segmentos, e não no produto final. As indústrias (de leite longa-vida) estão sendo vítimas", disse Barbosa, reiterando: "Não há fraude no leite longa vida".

Apesar da afirmação, o vice-presidente ABLV, que também é sócio-controlador dos Laticínios Jussara, disse que não existe um teste que possa detectar adição de elementos, tais como soda cáustica, no leite longa-vida vendido ao consumidor. Ele também disse que a água oxigenada, "que é permitida em países do primeiro mundo e se transforma em produto inócuo", também não pode ser detectada pela indústria a partir de quatro horas da eventual adição no leite pelos produtores. Na defesa que fez, Barbosa alegou que o setor vem pagando um alto preço e teme que o assunto se torne um novo caso "Escola Base", conhecido em todo o país por ter denunciado erroneamente os diretores de uma escola para crianças em São Paulo.

Vendas em baixa

Por conta das denúncias divulgadas, a indústria do leite longa-vida teve queda de 10% na venda de seus produtos apenas na semana passada. Segundo Barbosa, nesta semana a queda foi de apenas 5% e ele espera que o mercado se normalize em breve.

Foz do Iguaçu – O Ministério Público do Paraná, em reforço à determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), recomendou nesta semana a vistoria dos estabelecimentos que comercializam leite em todo o estado. O objetivo é identificar e interditar os lotes do produto em que foram confirmadas adulterações na composição. Investigações da Polícia Federal revelam que algumas cooperativas de Minas Gerais estavam adicionando água oxigenada e soda cáustica ao leite para aumentar o volume de produção.

Segundo a assessoria de imprensa do MP-PR, a recomendação por enquanto é restrita à Vigilância Sanitária de Curitiba, mas deve se estender a todas as comarcas paranaenses. Conforme a recomendação do promotor responsável pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa do Consumidor no Paraná, João Henrique Vilela da Silveira, serão encaminhados ofícios aos demais promotores de defesa do consumidor a fim de que acatem e indiquem o mesmo procedimento às Vigilâncias Sanitárias de cada um dos municípios do estado", observou.

Além da fiscalização nos estabelecimentos, o promotor instaurou um procedimento investigatório solicitando a averiguação da qualidade do leite produzido e distribuído no Paraná. A iniciativa teve como base o resultado de pesquisas realizadas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), através das quais foi possível identificar índices de contaminação por agrotóxicos em quase metade das amostras recolhidas em 63 propriedades rurais da região.

Das três marcas interditadas pela Anvisa, apenas uma é comercializada no Paraná. Três lotes do leite longa vida da Parmalat, com vencimento entre os dias 20 e 24 de outubro, estão na lista dos proibidos para a venda. Caso os produtos ainda estejam sendo comercializados ou apresentem alguma suspeita de fraude no número de identificação e na data de validade, serão recolhidos e interditados até um novo posicionamento da agência.

Em Foz do Iguaçu, na região Oeste, fiscais da Vigilância Sanitária iniciaram ontem a vistoria dos principais supermercados da cidade. O trabalho deve continuar até que a maioria dos estabelecimentos seja visitada e os lotes conferidos. Em outras cidades do estado, como Ponta Grossa, nos Campos Gerais, a fiscalização vem sendo feita desde a semana passada. Até agora, as equipes não detectaram nenhum problema.

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