Sorocaba (SP) O Ministério Público Estadual (MPE) determinou à Polícia Civil a abertura de inquéritos para apurar a participação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em invasões de terras ocorridas em fevereiro deste ano no Pontal do Paranapanema e na Alta Paulista, regiões do oeste do estado de São Paulo.
Os inquéritos estão sendo abertos pelas delegacias de Presidente Prudente, Presidente Wenceslau, Dracena e Adamantina. Nessas regiões, 14 fazendas foram invadidas em fevereiro deste ano, durante o carnaval, por grupos de sem-terra ligados ao líder José Rainha Júnior e a sindicatos filiados à CUT.
Foram mobilizadas cerca de 2 mil pessoas para as invasões com o pretexto de acelerar a reforma agrária na região. A parceria MST-CUT também visava a denunciar as precárias condições de trabalho dos canavieiros na região.
O MPE acatou representação feita pela União Democrática Ruralista (UDR), que requereu a abertura de inquéritos com base em notícias de jornais e declarações dadas por integrantes da CUT à imprensa.
A representação, assinada pelo presidente da UDR, Luiz Antônio Nabhan Garcia, informa que "a CUT manifestou explícito apoio às práticas delituosas empreendidas pelos invasores".
O secretário-geral da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, disse que a entidade não participou diretamente das invasões.
"A CUT apóia a luta pela terra e defende a reforma agrária, isso está claro. Quanto às ações ocorridas na região, a CUT, como entidade, não discutiu a estratégia das ocupações dessas terras."
Segundo Lima, os sindicatos têm autonomia para deliberar sobre qualquer ação e assumem a responsabilidade por ela.
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