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O promotor do Ministério Público do Paraná (MP-PR) Luiz Carlos Hallvass Filho recorreu ontem da absolvição de Cleverson Petreceli Schmitt, que foi inocentado da morte do escritor Wilson Bueno em maio de 2010. Ele pedirá que o caso seja novamente julgado.

Ainda na madrugada de ontem, o júri decidiu, por quatro votos a três, por inocentar o réu, apesar de a maioria dos jurados ter manifestado a convicção de que Schmitt assassinou o escritor – o placar final foi de quatro a três.

De acordo com o MP, o promotor apresenta como argumento para a realização de um novo julgamento o fato de o júri ter reconhecido que o acusado foi o autor do crime, e que a única tese da defesa era a de que Schmitt não foi o responsável pelo homicídio.

Defesa

Jean Carlo da Silva, um dos advogados do réu, disse que foram sustentados três pontos pela defesa: a hipótese de que Schmitt foi torturado para confessar o crime, o fato de o advogado que assinou o termo de confissão em 2010 ter sido contratado pela família de Bueno e a falta de provas técnicas que o incriminassem (não teriam sido encontradas digitais de Schmitt na casa ou na faca que matou o escritor).

Segundo Jean Carlo, quando Schmitt foi preso em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, em junho de 2010, a polícia o submeteu a torturas físicas e psicológicas para a confissão. O advogado afirma que o acusado sofreu "afogamento em um balde com água e sabão" e que ele foi deixado no frio ao longo da noite. Schmitt não teria feito o pedido de perícia na época por medo de retaliações dos policiais.

O advogado de defesa lembra ainda que o delegado responsável pelo caso foi Silvan Rodney Pereira, afastado da delegacia de Colombo após suspeitas de tortura contra os supostos assassinos da menina Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, em junho de 2013.

Conforme o inquérito contra Cleverson Schmitt, que era garoto de programa e tinha na época 19 anos, ele teria matado o escritor com uma facada no pescoço por Bueno ter sustado um cheque de R$ 130 entregue ao acusado.

Sobre Bueno

Wilson Bueno, que morreu aos 61 anos, era escritor e jornalista e foi autor de 13 obras, que foram publicadas no Brasil, México e Argentina. Além disso, ele foi o criador do jornal cultural Nicolau.

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