MP quer levar Abib de volta para a prisão

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O Ministério Público do Paraná (MP-PR) vai entrar com um recurso no Tribunal de Justiça contra a decisão do juiz Pedro Luís Sanson Corat, que concedeu a liberdade provisória a Eduardo Miguel Abib, 27 anos. O MP-PR pedirá também a restrição do direito de dirigir do empresário acusado de causar a morte de quatro pessoas e ferir uma quinta em um acidente de trânsito no último dia 7.

Abib, que é filho do diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná, foi preso em flagrante logo após o acidente, acusado de homicídio com dolo eventual (quando o agente assume o risco pelo resultado) e lesão corporal grave. De acordo com as investigações, o rapaz, que se recusou a fazer o teste do bafômetro, dirigia embriagado, em alta velocidade e desrespeitou o sinal vermelho.

A Promotoria de Inquéritos Policiais tinha dado parecer pelo indeferimento do pedido de liberdade provisória feito pela defesa de Abib. Mesmo assim, no último sábado, Abib foi solto. O juiz baseou a sua decisão no fato de Abib ter bons antecedentes, ocupação lícita, residência física e não apresentar perigo à ordem pública ou à investigação. Na decisão, também, o juiz preferiu não impor a suspensão do direito de dirigir como condição à liberdade provisória.

A promotora de Justiça Aline Bilek Bahr não adiantou qual será a argumentação do MP-PR no recurso que está sendo elaborado. O órgão tem até a próxima segunda-feira para protocolá-lo.

Sobrevivente

O pastor da Igreja Mundial do Po­­der de Deus (IMPD) Felipe Pires, única vítima que sobreviveu ao acidente, teve alta do Hospital Evan­gélico ontem. Nos próximos dias, ele deve prestar depoimento e contar a sua versão dos fatos. Mesmo já tendo feito gravações para um programa da TV da própria igreja, enquanto estava hospitalizado, o pastor se negou a dar entrevista ontem. De acordo com o tio dele, o pastor da Igreja das Nações Unidas Marcelo Pires, a justificativa é que o sobrinho ainda está abalado física e emocionalmente.

De acordo com Marcelo, agora, Felipe será encaminhado para o Hospital Santa Cruz para um check-up. Segundo o diretor técnico do Hospital Evangélico, Luiz Felipe Mendes, porém, o encaminhamento é opção da família. O procedimento não é de transferência entre hospitais. "Não há planejamento de transferência. O pastor Pires recebeu alta. O tratamento dele está concluído", explica.

Segundo o médico, o rapaz teve de passar por um procedimento para drenar líquido do pulmão, não precisou de cirurgia e nem de internamento em Unidade de Terapia Intensiva. "É um procedimento simples. Nós poderíamos ter dado alta para ele já na sexta-feira, mas resolvemos deixar mais alguns dias de observação", disse Mendes. Felipe foi atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Evangélico, mas, por uma cortesia da instituição, ficou internado em apartamento, na área particular.