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O Ministério Público Federal corre contra o relógio. O procurador da República Rodrigo de Grandis, que conduz a investigação de supostas remessas em favor do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, para instituições financeiras sediadas nas Ilhas Jersey, está finalizando uma nova denúncia criminal contra o ex-prefeito e planeja tentar apresentá-la à Justiça Federal de São Paulo hoje ou no máximo amanhã, antes da diplomação de Maluf, eleito deputado federal no pleito de outubro. O MP de São Paulo quer tentar fazer com que a denúncia seja apresentada e aceita pela Justiça ainda antes da diplomação marcada para amanhã.

Depois de diplomado, Maluf passa a ter direito ao privilégio de foro e quaisquer ações contra ele terão de ser remetidas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Se a denúncia for acolhida pela Justiça em São Paulo, o caso subiria para o Supremo já na condição de uma ação instaurada. A estratégia queimaria uma etapa. Se não der tempo, o Ministério Público em São Paulo remeterá a documentação ao procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza.

De Grandis não fala sobre o caso e guarda a sete chaves em quais crimes estuda enquadrar o ex-prefeito. Mas, de acordo com uma autoridade que acompanha as investigações, o procurador tem em mãos documentos remetidos pelos órgãos responsáveis pelo combate à lavagem de dinheiro em Jersey e na Suíça contra o ex-prefeito. Os papéis seriam capazes de fechar o circuito do dinheiro supostamente desviado da construção da Avenida Água Espraiada, polêmico empreendimento da gestão de Maluf entre 1993 e 1996, que custou US$ 600 milhões aos cofres públicos.

O advogado de Paulo Maluf, José Roberto Leal, afirma desconhecer os documentos e diz que o Ministério Público de São Paulo exerce uma perseguição contra seu cliente. "Por que agora, na antevéspera da diplomação? Essas ações sempre surgem em momentos eleitorais. Eles (os procuradores) sabem que o caso será remetido ao Supremo e que a atribuição não é mais deles", afirma o advogado. "É um absurdo tentar desmoralizá-lo neste momento."

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