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Atualizado em 27 de abril de 2006, às 18h10min

O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta quinta-feira (27) que denunciou cinco pessoas acusadas de desviar verbas públicas da Assembléia Legislativa (AL) do Paraná entre os anos de 2000 e 2001. Segundo os procuradores regionais da República da 4ª Região, Paulo Girelli e Jorge Gasparini, o deputado Nereu Moura (PMDB) e o ex-deputado e ex-presidente da Cohapar no governo Requião, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), utilizavam a conta de um funcionário para receber parte da verba que deveria ser destinada aos salários de funcionários.

De acordo com o MPF, os denunciados participavam de um esquema que funcionava a partir do gabinete do então líder da bancada do PMDB, Nereu Alves de Moura. As operações eram centralizadas pelo chefe de gabinete, Paulo Gomes Júnior. De posse de procurações assinadas por sete servidores ocupantes de cargos de comissão, um deles "fantasma", o chefe de gabinete recebia em uma de suas contas bancárias os valores destinados aos vencimentos dos servidores. Dessa conta, o dinheiro era transferido para outro banco, de onde eram realizados saques periódicos em nome dos outros quatro envolvidos.

A denúncia aponta que no ano 2000 foram sacados de uma segunda conta corrente do chefe de gabinete exatos R$ 72.324,34. Em 2004, mais R$ 92.724,04 foram retirados da mesma conta. Também foram denunciados Tani Lemos do Prado Colaço, mulher de outro ex-deputado; e a jornalista da AL Rosângela Chrispim Calixto. A denúncia do MPF deve ser apreciada pelo Tribunal Regional Federal e da Procuradoria Regional da República da 4ª Região.

O outro lado

Romanelli foi presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) na atual gestão do governo de Roberto Requião e só deixou o cargo há poucos dias para tentar uma vaga na Assembléia Legislativa. Ele afirmou, por telefone, que nunca foi investigado pelo MPF e também não foi chamado para prestar depoimento sobre a denúncia. Ele considerou "estranha" a acusação. Em sua defesa, Romanelli afirmou que não era deputado em 2000 e que tem relacionamento político com os outros dois denunciados, Moura e Gomes Júnior. "Agora o MPF terá que provar as acusações", afirmou.

O deputado Nereu Moura (PMDB) se manifestou através de nota oficial. Ele afirma estranhar que "supostos fatos investigados há três anos, somente agora, às vésperas de um processo eleitoral, sejam oferecidos ao público". Ele afirma que não foi informado oficialmente sobre as investigações do MPF e alega inocência. Segundo a nota, "a Assembléia Legislativa do Paraná abriu de forma concomitante um inquérito para apurar os supostos fatos, processo esse que ao seu final foi arquivado pela improcedência da denúncia". Leia aqui a nota na íntegra.

A jornalista Rosângela Chrispim Calixto não foi encontrada na Assembléia para comentar as denúncias.

Os cinco foram denunciados por formação de quadrilha e peculato contra a administração pública paranaense. Paulo Gomes Júnior e Rosângela Chrispim Calixto também podem responder por crime contra a Receita Federal.

A reportagem está tentando ouvir todos os envolvidos no caso. Mais informações em breve.

A equipe do ParanáTV também tentou entrar em contato com os envolvidos. Veja o vídeo.

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