O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) recomendou ao Instituto Rio Branco que apure suspeitas de fraude no concurso do órgão para o cargo de diplomata. Isso porque um inquérito civil apontou indícios de irregularidades na inscrição de um dos candidatos. Mathias Abramovic de pele branca e olhos verdes se declarou negro para concorrer a uma das seis vagas destinadas aos cotistas. No entanto, o candidato já foi aprovado na primeira fase do certame entre os classificados no sistema de cotas.
Agora, o Itamaraty tem até a próxima segunda-feira para se manifestar sobre a recomendação. O órgão afirmou que vai cumprir a medida enviada pelo MPF e não descarta que novos casos de declarações falsas sejam encontrados.
Se no procedimento administrativo ficar comprovado que Abramovic mentiu no processo, ele será eliminado e, mesmo que chegue a ser admitido no cargo, terá a nomeação anulada.
A procuradora Márcia Brandão, que ingressou com a medida, ressaltou que o órgão responsável pelo concurso deve fiscalizar as inscrições dos candidatos que se declararem negros para evitar fraudes.
“Apesar das inúmeras vantagens do critério da autodeclaração, quando desacompanhada de mecanismos de controle, pode ensejar situações de fraude e má-fé por parte de alguns candidatos, restringindo o acesso dos grupos raciais historicamente estigmatizados”, escreveu a procuradora na recomendação.
A segunda fase do concurso está marcada para este domingo, mas o Itamaraty afastou o risco de que todo o processo seja extinto por conta dessa irregularidade. O resultado final do concurso será divulgado em dezembro e o salário inicial é de R$ 15.005,26.
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