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Belém – A ferrovia de Carajás, no sudeste do Pará foi ocupada ontem por cerca de cinco mil agricultores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que alega estar cumprindo a jornada de luta pela reforma agrária. Quinze dias atrás, a primeira tentativa de fechar a ferrovia, por onde escoa do Pará até o Maranhão toda a produção de ferro da Companhia Vale do Rio Doce, havia sido abortada por uma decisão da Justiça Federal. O juiz Arthur Pinheiro Chaves determinou que forças policiais protegessem os trens contra "atos atentatórios" do MST.

O movimento recuou, acusando a Vale de "arrogância". E prometeu dar o troco. Desta vez, a mobilização começou ainda ao amanhecer. Os invasores levaram mulheres, crianças e idosos, montando acampamento em cima dos trilhos na área da fazenda Palmares, um assentamento do próprio MST. Eles garantem que só deixarão o local quando suas reivindicações forem atendidas.

A legalização de cinco áreas invadidas pelo movimento na região, assim como a construção de estradas, postos de saúde, creches e instalação de energia elétrica e água potável em outros assentamentos já regularizados são as principais exigências. A coordenadora estadual do MST, Aiala Ferreira, criticou a lentidão da reforma agrária. "Nunca foi de interesse nem deste governo nem dos governos passados solucionar os problemas do campo", atacou.

Os fazendeiros, porém, reclamam da violência praticada pelo MST. "Eles não respeitam ninguém. Nem as pessoas, nem as propriedades. Invadem, saqueiam, roubam, queimam e fazem matança de gado", desabafou o líder do Sindicato dos Produtores Rurais de Parauapebas, Geraldo Capota.

"O MST criou suas próprias leis dentro do Pará. Nos assentamentos por ele controlados acontecem crimes de morte e tráfico de drogas, mas nem a polícia entra lá para fazer os inquéritos, porque eles não deixam", acrescentou.

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