MST invade fazenda de Janene para denunciar corrupção

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Cerca de 700 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na manhã desta sexta-feira a fazenda do deputado José Janene (PP-PR) no Paraná. De acordo com a assessoria do movimento, a invasão é para "denunciar a corrupção de políticos que usam o dinheiro público para acumular patrimônio, principalmente em fazendas".

A ocupação teria sido pacífica e por tempo indeterminado. No entanto, os dois funcionários do deputado que moravam na propriedade teriam sido expulsos. Os trabalhadores começaram a montar acampamento, a situação é tranqüila e sem a presença da Polícia Militar.

Segundo reportagem do Paraná TV, a escritura da fazenda está em nome de Stael Fernanda, mulher do deputado, que é investigada pela Polícia Federal por crime de lavagem de dinheiro.

A propriedade, chamada de 3 Jota, tem 192 hectares, com criação de ovelhas. A fazenda é no município de Guaravera, próximo de Londrina, região Norte do Paraná.

Os trabalhadores pretendem abrir diálogo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para solicitar que as fazendas de Janene compradas com o dinheiro público sejam destinadas à reforma agrária. Além disso, o movimento reivindica que o mandato do deputado seja cassado e que o dinheiro roubado seja devolvido aos cofres públicos.

A Justiça já determinou a reintegração de posse da fazenda. E os advogados do deputado entraram com um recurso chamado "interdito proibitório", para impedir a invasão de outra fazenda da família, em Londrina. Mas esse pedido foi negado.

PF investiga compra de fazendas de Janene

No mês de maio, durante a "Operação Lavaduto", a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão no escritório do deputado José Janene, em Londrina. A PF investiga se o dinheiro desviado do valerioduto, entre R$ 7 e R$ 10 milhões, teria financiado a compra de imóveis do parlamentar.

Segundo a PF, as investigações revelaram indícios de movimentação financeira incompatível com a renda declarada, principalmente a partir do ano de 2003, envolvendo os nomes de três assessores de Janene. Em um único mês (março de 2004), um dos investigados chegou a movimentar um valor 300 vezes superior à sua renda.

Foi constatado ainda que no mesmo período houve a aquisição de 11 imóveis rurais, avaliados em R$ 7 milhões, e a construção de uma casa avaliada em R$ 2 milhões, também com recursos de origem desconhecida, em nome do deputado Janene, da mulher dele e de "laranjas".

Confira a reportagem em vídeo do Paraná TV