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Cerca de 700 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) invadiram ontem a Fazenda Três Jotas, em Tamarana (a 40 quilômetros de Londrina), de propriedade do deputado federal José Janene (PP), acusado de participar do esquema do mensalão.

No fim da tarde, o juiz substituto da 1.ª Vara Cível de Londrina, Jamil Riechi Filho, concedeu o pedido de reintegração de posse impetrado pelo advogado da família. A escritura está em nome de Stael Fernanda Janene, mulher do deputado. Um oficial entregaria ontem à noite o mandado judicial, intimando o MST a deixar a propriedade. "Num primeiro momento, o juiz determinou que a reintegração seja cumprida sem reforço policial. Mas se houver resistência, a polícia será acionada imediatamente", relatou o advogado de Janene, Adolfo Góes.

O MST, por sua vez, não está disposto a sair da fazenda. José Damasceno, um dos coordenadores estaduais do movimento, garantiu que os sem-terra continuarão na propriedade até o governo autorizar a desapropriação. "Temos estrutura, com lonas e comida, para 90 dias, tempo suficiente para o Incra conseguir a desapropriação", afirmou. "Amanhã (hoje) o pessoal já vai começar a plantar", prosseguiu. Damasceno disse que a possibilidade de confronto com a polícia ainda não foi discutida, mas que o MST sempre se pautou pela negociação pacífica. "Vamos primeiro conversar e esgotar todos os canais de negociação".

O MST argumenta que a fazenda teria sido comprada com dinheiro desviado dos cofres públicos. Outras nove propriedades de familiares do deputado também estariam nos planos do MST. A propriedade, de 137 hectares, tem cerca de 2 mil cabeças de ovelha e uma pequena quantidade de gado. O advogado de Janene acusou o movimento de abater animais e desviar algumas cabeças de gado. O MST nega. Na porteira da fazenda, foram colocadas faixas chamando o deputado de ladrão.

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