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Cerca de 150 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) invadiram, ontem de manhã, a sede da prefeitura de General Carneiro, na Região Sul do estado. Eles reivindicam a suspensão de um decreto municipal que determina a construção do aeroporto da cidade numa área de 30 hectares da Fazenda Zattar, onde está montado o acampamento 1.º de Maio desde 2003. Cerca de 50% da área física da prefeitura foi tomada. Até a bandeira do município foi trocada pela do MST. O prefeito da cidade, Joares Vicente Martins Ferreira, suspendeu o atendimento ao público e dispensou os funcionários até que o prédio seja desocupado.

Na tarde de ontem, a prefeitura conseguiu na justiça a reintegração de posse do prédio, mas os sem-terra se negaram a sair. A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) informou que ainda não recebeu o pedido do uso da força policial para retirar os sem-terra, mas disse que o caso é acompanhado de perto pela Polícia Militar.

Os sem-terra querem ainda a recuperação da estrada de acesso ao acampamento, transporte de cestas-básicas, a inclusão da comunidade no Programa Médico da Família e material para construção de duas salas de aula. De acordo com eles, os pedidos vêm sendo feitos há algum tempo, mas até agora não foram atendidos. Os sem-terra ocupam o hall da prefeitura e metade das 15 salas com colchões, fogões e mantimentos para permanecerem mais dez dias. No começo da tarde, eles começaram a armar os barracos do lado de fora.

Segundo o técnico-administrativo do município, Edimílson Elói Gauer, a prefeitura optou pela fazenda por causa da facilidade, já que antes de vender a área para a Indústria Zattar, a construtora CR Almeida preparou a infra-estrutura para a construção de um aeroporto. "A base para pouso de decolagem já está pronto", afirma.

Há três anos, os sem-terra esperam a desapropriação da fazenda pelo Instituto de Colonização Agrária (Incra). Desde 2005, o Incra está em negociação com os donos da propriedade para a compra, mas, segundo o superintendente do Incra no Paraná, Celso de Lacerda, o negócio esbarra em alguns problemas legais.

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