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São Paulo – Maior grupo de luta pela reforma agrária no país, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) diz que vai apostar neste ano nas alianças com os movimentos sociais urbanos. A maioria dos líderes do MST, também adepto de invasões, não quis comentar a radicalização das ações do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), que invadiu a Câmara dos Deputados na última terça-feira.

O MST deve, neste ano, organizar ações menos radicais para tentar ampliar seu apoio na sociedade. As prioridades do movimento são quatro: distribuição da terra, melhores condições para os assentamentos (crédito agrícola, comercialização e instalação de agroindústrias), educação nos assentamentos e a parceria com movimentos urbanos.

De 2000 a 2005 a Comissão Pastoral da Terra (CPT) registrou 310 mil famílias ocupando terras. Desse total, 210 mil famílias estavam organizadas pelo MST. Em seguida vem a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), com 26 mil famílias. Depois vêm a Organização das Ligas Camponesas (OLC), que reuniu 7,5 mil famílias em Pernambuco, e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), organizada no Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio Grande do Sul e que trabalhou com 5 mil famílias.

Só em quinto lugar vem o MLST, estruturado em Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, que organizou 4,9 mil famílias. O Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast), organizado no Paraná e em São Paulo, aparece em sexto lugar, com 1,8 mil famílias. Os outros 57 movimentos organizaram cerca de 51 mil famílias.

Para João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, há uma criminalização deliberada do movimento social. "A sociedade quer isolar para reprimir. Mas é um equívoco tratar os movimentos sociais como caso de polícia", afirma. Ele acrescentou ainda que o MST não vai parar as invasões.

O MST investe na formação de dirigentes. Tem convênios com 53 universidades para formar profissionais que trabalham nos assentamentos e tem formado também técnicos agrícolas, profissionais da saúde, professores do ensino fundamental e médio e alfabetizadores.

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