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Os Centros de Apoio Psicossocial (Caps) têm como objetivo principal integrar os pacientes que sofrem de qualquer distúrbio mental a um ambiente social. Para isso, além das consultas psiquiátricas, das terapias individuais ou em grupo e ocupacionais, os atendidos desenvolvem atividades educativas culturais e artísticas junto com os familiares e a comunidade. Para a terapeuta ocupacional Sandra Beccari, ainda há muito a ser feito para que toda a demanda existente no país seja atendida da melhor maneira, mas não há dúvida de que o trabalho de resgate vem colhendo ótimos resultados.

Aluna da oficina de artesanato, Maria Risomar de Lima, 51, é uma das primeiras pacientes do Caps de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Em cinco anos de tratamento, garante que teve uma importante melhora. A evolução pode ser notada na frequência do acompanhamento. No começo, as visitas eram diárias, cinco vezes por semana. Depois passou para três vezes semanais e atualmente participa da terapia em grupo e da oficina apenas uma vez por semana.

"Quando estou aqui, esqueço da doença, esqueço que tenho problemas. Estou tentando levar uma vida normal como qualquer um. Fazendo minhas coisas sem depender dos outros", lembra. Antes de descobrir a depressão, Maria Risomar disse ter perdido a conta das internações, quase sempre mantida sedada.

Internamentos

Enquanto o número de vagas para acompanhamento cresceu mais de cinco vezes nos últimos anos, a curva de internamentos mudou de direção. Entre 2006 e 2007 manteve o crescimento – com 20.347 e 22.460 respectivamente –, mas no período seguinte caiu para 22.360. "Apesar da redução ser ainda muito pequena de um ano para o outro, em relação a 2006 foram quase 2 mil a menos", aponta o secretário de Saúde do Paraná, Gilberto Martin. "A humanização está impactando na melhora da qualidade de vida dos pacientes", diz.

De acordo com o coordenador geral de Saúde Mental Álcool e outras Drogas, do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado, falhas no atendimento de urgência e emergência levam alguns críticos do atual sistema a afirmar que o problema estaria na falta de hospitais psiquiátricos, quando na verdade a solução dependeria de ajustes estruturais em vários pontos da cadeia de atenção à saúde mental e da integração entre a rede básica e a especializada.

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