Além do olé do fim dos tempos, alguma coisa a mais deu errada para as 200 pessoas que confirmaram presença no Facebook e não foram ao ponto do ônibus Novo Mundo, na Praça Rui Barbosa, ontem à tarde. O evento "21/12 Embarque para o Novo Mundo" foi um "desencargo de consciência" do músico e publicitário Artur Lipori. "Nem nos momentos derradeiros os compromissos firmados são cumpridos," disse um homem na fila. "Muitos serão chamados, mas poucos serão escolhidos", proferiu João Paulo Borgonhoni. Os brincalhões foram cinco e uma socióloga, Kuzum Toledo, que proibiu a reportagem de informar sua idade sob pena de processar o jornal. Fim do mundo.
O ônibus saiu às 18h06, sob polêmica. "Lá não tem nada de diferente", disse uma mulher que mora há 50 anos no bairro. "É neste bairro que todos serão salvos", reafirma Artur. No final das contas, o número de jornalistas para cobrir o evento cataclísmico era maior do que o de participantes. As pessoas não entenderam nada, e o organizador frustrado deu uma desculpa. "Era só para ficar na internet, vim porque me senti na obrigação". O motorista não quis papo. Ele estava cobrando os passageiros que seriam salvos. Até no arremate da vida, o sacolejo do Novo Mundo custou R$ 2,60.
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