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Eva Zeglan foi presa na quarta-feira e confessou o crime à polícia. Ela será indiciada por sequestro seguido de morte | Christian Rizzi/Gazeta do Povo
Eva Zeglan foi presa na quarta-feira e confessou o crime à polícia. Ela será indiciada por sequestro seguido de morte| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

A Polícia Civil anunciou ontem que Eva Cássia Ferrarezi Zeglan, 40 anos, confessou ter assassinado a adolescente Paloma Agostinho, 16 anos, encontrada morta no fim de semana, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Em depoimento, Eva disse que cometeu o crime porque a jovem teria desistido de vender o filho recém-nascido a ela. A mulher havia sido presa na quarta-feira, no Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste do estado.

"Segundo a acusada, a adolescente havia negociado a venda da criança, mas se arrependeu e quis desfazer o negócio", disse o delegado Hamilton da Paz, chefe da Divisão Metropolitana. "Eva usou um pano para enforcar a vítima", complementou.

Paloma desapareceu no último dia 24, em Guaratuba, depois de ter levado o filho a um posto de saúde, para fazer o exame do pezinho. Segundo a polícia, Eva convenceu a jovem a acompanhá-la a São José dos Pinhais, onde a adolescente receberia R$ 1,5 mil para lhe entregar a criança. Paloma e o filho permaneceram na cidade até a manhã de sábado, quando a adolescente foi assassinada e teve o corpo abandonado em uma estrada de terra, no bairro Rio Pequeno.

"Paloma desistiu de entregar o filho e as duas entraram em luta corporal. Depois de matar a menina, Eva rodou com o corpo da adolescente dentro do carro por um tempo", contou o delegado Gil Rocha Tesseroli. De acordo com a polícia, Eva havia alugado uma casa em Guaratuba, próximo da residência da avó de Paloma, onde conheceu a jovem.

Fuga

Após cometer o crime, Eva teria retornado com o bebê de Paloma a Guaratuba para pegar seus supostos dois filhos (uma jovem de 19 anos e um de 15 anos) e uma menina de 5 anos, que pretendia adotar. A bordo do Palio de Eva, o grupo seguiu ao Oeste do estado. Na terça-feira, Eva passou por Guaraniaçu, onde abandonou o filho de Paloma na Igreja Nos­sa Senhora de Fátima. Junto com a criança, ela deixou um bilhete, tentando despistar a polícia.

Eva foi presa no dia seguinte. No carro, foram encontrados roupas de criança, fraldas, lenços umedecidos, leite em pó para recém-nascidos, cobertores e a certidão de nascimento do filho de Paloma. "Durante a abordagem, ela disse que visitaria uma amiga em Foz do Iguaçu, mas não tinha nem o telefone nem o endereço desta pessoa. Acreditamos que Eva procurava fugir do flagrante", apontou o delegado Lúcio Lugli.

Evidências

Para o delegado Hamilton da Paz, a troca de informações entre as polícias de São José dos Pinhais, Guaratuba e Foz do Iguaçu foi determinante para que o caso fosse solucionado. Segundo a polícia, os depoimentos de um pai de santo e de uma atendente de um centro de umbanda de Guaratuba foram fundamentais.

Antes de tentar fugir para o Oeste do estado, Eva teria levado o bebê de Paloma para receber uma bênção no centro de umbanda. "Eles conversaram com Eva, que teria confessado a eles que fez uma grande besteira e que essa besteira envolvia morte", disse Tesseroli. O pai de santo denunciou o fato à polícia. Eva deve ser indiciada por sequestro seguido de morte.O pai do bebê, Jeffers­on de Góes, 33 anos, também foi ouvido pela polícia. Por enquanto, não há evidências de que ele soubesse da suposta "venda" do filho. O futuro do bebê será decidido pela Justiça.

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