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Nadir Parasso, que foi roubada na frente de dois policiais: “Me senti a idiota" | Rodrigo Paiva/Folha Imagem
Nadir Parasso, que foi roubada na frente de dois policiais: “Me senti a idiota"| Foto: Rodrigo Paiva/Folha Imagem

São Paulo - Uma comerciante de 52 anos foi atacada por ladrões e teve a bolsa roubada dentro do 1.º Distrito Policial de Salto, cidade do interior de São Paulo, a cerca de 100 km da capital. Nadir Aparecida Parasso foi à delegacia, localizada no bairro Jardim das Nações, na tarde de quinta-feira, para registrar queixa de um celular clonado. Ela tinha R$ 13,5 mil na bolsa. Um homem entrou no local, arrancou a bolsa da mulher e fugiu. Um comparsa dava cobertura.

A vítima foi abordada quando esperava para ser atendida na delegacia, por volta das 15 horas. Tudo foi testemunhado por dois policiais que estavam do outro lado do balcão, para onde a mulher, durante luta corporal com um dos assaltantes, jogou a bolsa na tentativa de evitar o roubo. O assaltante pulou o balcão e pegou a bolsa. A mulher se agarrou à bolsa e só desistiu quando ouviu do criminoso uma ordem para que o comparsa atirasse. A bolsa foi encontrada depois, na rua, sem o dinheiro.

Marido e mulher

Os policiais disseram a Nadir que não fizeram nada porque pensaram que se tratava de uma briga entre marido e mulher. "Me senti a idiota. Se dentro da delegacia não tive segurança, vou ter onde? Pedi ajuda, mas eles [os policiais] ficaram só olhando", disse a mulher, que ficou machucada no braço. Pouco antes do assalto, a comerciante havia sacado R$ 15 mil em um banco e pagou R$ 2 mil de uma penhora. Depois, aproveitou que o filho de 23 anos foi a um posto de saúde vizinho à delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Além dos R$ 13 mil que haviam restado do saque, ela tinha mais R$ 500 na carteira. Ela não recuperou o dinheiro, que seria usado para pagar dívidas de sua sorveteria. "Vou reclamar para quem, para o bispo?", questionou.

O delegado André Moron confirmou que os policiais pensaram que se tratava de uma briga entre marido e mulher. Segundo ele, o escrivão estava em uma sala ao lado. "Ele demorou para entender o que se passava e pensou que era briga de marido e mulher. A situação era tão absurda que os outros policiais também ficaram sem ação", disse. Ele acredita que os bandidos não sabiam que o local é uma delegacia, já que o prédio não tem identificação externa. Ontem, a Polícia Civil fez um retrato falado do assaltante. A Corregedoria da Polícia Civil vai apurar o caso.

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