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A mulher que denunciou ter sofrido violência sexual por parte de jogadores do Vitória no dia 30 de setembro, em Curitiba, não foi estuprada, conforme resultado de laudo do Instituto Médico Legal (IML). A informação foi repassada pela chefe da Delegacia da Mulher, Márcia Rejane Vieira, nesta quinta-feira (10). Com o resultado, o caso pode ter uma reviravolta e a denunciante pode passar a responder por falsa comunicação de crime ou até mesmo extorsão.

Segundo a delegada, o exame feito pelo IML apontou para a existência de uma proteína no corpo da mulher que indica a ocorrência de relação sexual durante as 72 horas anteriores ao momento no qual ela foi examinada. Mas, conforme a delegada, não foram encontrados indícios de "violência e atos diversos", que a mulher relatava ter sofrido.

Além disso, a delegada afirma que os depoimentos prestados pela suposta vítima eram "inconsistentes" e "contraditórios". "Podemos afirmar com certeza que não ocorreu um crime de estupro naquela noite no hotel. Primeiro, pela série de inconstâncias nos depoimentos dela. Depois, pelo exame do IML que pontuou que ela teve um ato sexual nas últimas 72 horas, mas não houve violência", disse a delegada.

Diante desta constatação, a polícia agora muda o foco das apurações: de suposta vítima, a mulher passa a ser investigada. Ela será chamada a prestar novos depoimentos e, se ficar comprovado que houve má-fé na apresentação da falsa denúncia, ela pode ser indiciada por extorsão.

"Queremos saber qual a motivação dela pra isso. Se foi uma confusão em razão da ingestão de uma bebida ou alguma substância ou se houve dolo. Se houve dolo, pode ficar caracterizado desde falsa comunicação de crime até extorsão", explicou a delegada.

O homem que levou a mulher à delegacia e será ouvido novamente pela polícia. No primeiro depoimento, ele havia dito que a mulher apresentava lesões. "Ele também mentiu e responderá por essa falsidade", disse Márcia.

A denúncia

A denúncia de que jogadores do Vitória teriam estuprado a mulher foi feita pela suposta vítima, de 43 anos, à polícia no início da manhã do dia 30 de novembro, um dia após a partida do time baiano contra o Atlético pelo Campeonato Brasileiro de futebol. Ela chamou a polícia, com ajuda de um homem que passava pelo local, e aguardou em frente ao Hotel Bourbon, onde a delegação do clube ficou hospedada. Ouvida na Delegacia da Mulher, a princípio ela identificou dois jogadores que estariam no quarto, através das fotos do site do clube.

Na ocasião, a polícia divulgou que a suposta vítima, uma amiga dela e um grupo no qual estavam jogadores tinham ido a uma casa noturna. Depois disso, eles teriam ido ao hotel por volta das 2 horas da madrugada do dia 30, onde locaram um quarto para essas duas mulheres. As informações iniciais eram de que elas ficaram no local acompanhadas de três jogadores. Uma das moças teria então saído, acompanhada de um dos jogadores, e a outra (suposta vítima) ficou.

Ainda na manhã do dia 30, o gerente do Hotel Bourbon disse que não houve irregularidade na hospedagem da mulher e que, enquanto ela estava lá, nenhuma reclamação foi registrada. O hotel relatou que a amiga e a suposta vítima deram entrada como hóspedes por volta das 2 horas da manhã. Elas permaneceram no local até perto das 5h30, quando pagaram as diárias normalmente e saíram.

Por volta das 6h30 da manhã, apenas a mulher que denunciou o então suposto estupro voltou ao hotel e disse que tinha sofrido abuso sexual. A partir desse momento, a polícia foi chamada e a Delegacia da Mulher começou as investigações do caso, que culminaram com a divulgação do laudo do exame feito no IML.

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