Morreu na madrugada de ontem a dona de casa Jordelina da Silva Branco, 74 anos, que entre quarta e quinta-feira passou 22 horas dentro de uma ambulância à espera de uma vaga em uma unidade de terapia intensiva do Sistema Único de Saúde (SUS). Jordelina sofria de problemas respiratórios e foi atendida pela empresa de emergências médicas Ecco-Salva, que prestou o atendimento enquanto ela não era internada. Os familiares só conseguiram uma vaga por volta das 11h30 de quinta-feira, no Hospital e Maternidade Nossa Senhora do Rocio, em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba.
"Tentamos em todos os hospitais de Curitiba e não conseguimos nada", disse a atendente de telemarketing Alessandra Andréa de Lima, neta de Jordelina. Ela disse que a paciente foi bem atendida pela Ecco-Salva e culpou o SUS pela demora. "Nesse momento é difícil pensar em tomar alguma providência, mas fica a revolta com o atendimento público", afirmou. Jordelina morava na Cidade Industrial de Curitiba e tinha seis filhos. Ela morreu por volta de meia-noite e seu corpo foi enterrado ontem, em Piraquara.
O diretor comercial da Ecco-Salva, Marcelo Moura, disse que é freqüente encontrar dificuldades para internar pacientes do SUS. "Esperar duas, três e até quatro horas é comum", afirmou. Segundo ele, foi preciso movimentar profissionais de três turnos para dar atendimento a Jordelina. O diretor do Sistema de Urgência da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Matheos Chomatas, negou qualquer tipo de negligência. "Ela não deixou de ser assistida, nem pela empresa, nem pelo SUS." (JML)
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