• Carregando...
 | Ilustração: Marcos de Mello/Gazeta do Povo
| Foto: Ilustração: Marcos de Mello/Gazeta do Povo

Público

Como agir em grandes eventos

- Em caso de desconforto, desconfie se a organização respeitou a capacidade do local

- Identifique onde estão posicionadas as saídas de emergência, seguranças e brigadistas

- Em caso de evacuação, ande rapidamente, mas evite correr

- Não empurre as pessoas

- Siga sempre em direção à saída de emergência mais próxima

- Procure o espaço mais aberto possível

- Siga as orientações dos organizadores

- Tente conhecer o lugar previamente, isso ajuda na localização das saídas de emergência

Empresa

Como ter sucesso na gestão do grande público

- Estabeleça a capacidade do local de acordo com o espaço físico e os acessos

- Em pistas e parques o ideal é comportar 3 pessoas/m²

- Em arquibancadas sem cadeiras o limite é de 0,5 metro linear por pessoa

- Escadas e rampas devem ter ao menos 1,2 m de largura.

- O tempo de saída do público deve variar de 2,5 a 8 minutos de acordo com o espaço

- Informe por meio de placas as saídas de emergência, sanitários e extintores

- Treine o seu staff com informações que garantirão a segurança ao público

- Disponibilize informações sobre meios de transporte disponíveis e rotas dos principais bairros

Ao ar livre

Engana-se quem imagina que eventos em espaços fechados são os mais difíceis de serem organizados. As maiores dificuldades e confusões ocorrem nos eventos ao ar livre, especialmente os gratuitos, segundo o engenheiro de produção Fernando Saldanha. "Isso porque é difícil estabelecer um limitador de público", diz ele. Saldanha recomenda atenção a sintomas de desconforto, o que sinalizaria superlotação.

65%

disseram já ter se sentido em perigo em shows, segundo pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de Risco e Segurança de Negócios com 660 internautas em 2011. Entre os visitantes de feiras, a situação foi vivenciada por 31% deles.

Muita gente

Você já se sentiu em risco durante um show ou evento?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

Quem frequenta eventos de grande porte sabe bem o que é se sentir pressionado e sufocado pelo público. A disputa por espaço ocorre em frente do palco, nas arquibancadas, nos acessos e saídas e até na lanchonete do local. Essas situações, porém, poderiam ser evitadas com planejamento e organização.

Em Curitiba, de acordo com a Lei 10.906/2003, grandes eventos em espaços públicos ou particulares só podem ser realizados mediante autorização prévia da Comissão Permanente de Análise de Eventos de Grande Porte, que é encabeçada pela prefeitura de Curitiba. Para ganhar o status de "grande" o espetáculo tem de reunir mais de mil pessoas em locais fechados e/ou superar a casa das 2 mil em espaços abertos.

Entre 2011 e 2012, a administração municipal participou da organização de nove eventos de grande porte – que juntos reuniram mais de 1 milhão de pessoas. Nesta conta não está incluído o Réveillon Fora de Época de Curitiba, evento realizado com convocação pela internet na Praça da Espanha, no Batel, que causou polêmica na cidade devido ao lixo acumulado no local e o protesto de moradores e comerciantes. Depois dele, no último mês de maio, tentou-se realizar o Carnaval Fora de Época, mas o evento foi proibido no local e ficou sem nova data.

De acordo com normas técnicas internacionais, seguidas pelo Corpo de Bombeiros de estados como Minas Gerais, São Paulo e Ceará, eventos nos quais as pessoas ficam em pé devem ter densidade máxima de três pessoas por metro quadrado. Sinais de apertos maiores que esse podem significar espaços superlotados. Além do incômodo, a superlotação coloca em risco a saída do público do local. Em áreas de pista, por exemplo, a evacuação deve ocorrer em até cinco minutos. Em arquibancadas livres a saída deve ocorrer em até oito minutos, enquanto em camarotes livres tem de ser realizada em até 2,5 minutos.

Além da capacidade e das saídas, o público deve ficar atento a outras obrigatoriedades, como a presença de brigadistas, seguranças e orientadores, extintores, rampas e escadas, além da correta sinalização de saídas de emergência. Pontos de acúmulo de pessoas, como lanchonetes e lojas de souvenirs, também devem ser observados, já que eles devem ficar longe das saídas.

Influência

Todas essas regras foram organizadas em uma norma técnica do Corpo de Bombeiros do Ceará em função da Copa do Mundo de 2014, mas contam com informações do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, São Paulo e com o "Green Guide – Guide To Safety At Sports Grounds", guia desenvolvido na Inglaterra e que vem sendo utilizado pela Fifa para orientar profissionais de arquitetura.

Apesar de já balizar algumas das nossas normas, especialistas afirmam que a Copa e a Olimpíada de 2016 podem não ser suficientes para disseminar a cultura da segurança em outros espetáculos no país. "No Brasil, ainda se espera o problema ocorrer para depois se tomar medidas", diz Fernando Saldanha, especialista em prevenção de desastres e gestão de riscos do Centro de Estudos de Risco e Segurança de Negócios (Cerne), da Universidade Veiga de Almeida.

Pedreira e Ópera têm novo gestor

A DCSET Eventos Ltda foi habilitada a executar os projetos de renovação da Ópera de Arame, da Pedreira Paulo Leminski e do Parque Náutico, em Curitiba, e a gerir esses espaços, informou a prefeitura de Curitiba ontem. A empresa já havia vencido outras duas etapas da licitação promovida pelo município. A partir de agora, a segunda colocada no processo tem cinco dias para apresentar recurso. Se isso não ocorrer, a DCSET será homologada como vencedora e poderá iniciar a exploração da concessão.

O edital prevê que, com o processo, a Pedreira volte a receber shows, em eventos com público de até 25 mil pessoas. Apresentações com até mil espectadores serão realizadas na Ópera de Arame. Eventos com até 50 mil pessoas serão feitos no Parque Náutico.

Organização

Perfil do evento influencia a gestão do espetáculo

As características do público devem ser levadas em consideração antes de se definir o número de funcionários que vai compor o staff.

Segundo José Chapulla, coordenador-geral do departamento de auditórios do Teatro Guaíra, um show de rock demanda mais funcionários do que um concerto. "Nele, o público é mais jovem, por isso nosso quadro de segurança pode ter até 20 seguranças, o dobro do normal".

Espetáculos muito concorridos têm sessões extras e esvaziamento cronometrado.

Ferramenta

Gestão de multidões é incipiente no Brasil

Para livrar fãs do aperto, uma ferramenta de gestão relativamente nova no Brasil, conhecida como crowd management, ou gestão de multidões, tenta incutir em organizadores a necessidade de adoção de medidas proativas, que garantam conforto e segurança ao público durante todo o espetáculo, inclusive na hora de voltar para casa. A partir da definição do tipo de espetáculo promovido, técnicos verificam instalação, tamanho e comportamento da multidão, os métodos de entrada e saída, comunicações e o controle de multidões e filas.

Segundo o engenheiro de produção Fernando Saldanha, especialista no assunto, essa prática ainda é incipiente no Brasil. "O país reúne multidões nos carnavais da Bahia e do Rio de Janeiro. Ainda não tivemos grandes problemas, mas isso não garante que não existirão", diz.

*Fonte: Norma Técnica 03/2011 do Corpo de Bombeiros do Ceará e Centro de Estudos de Risco e Segurança de Negócios, da Universidade Veiga de Almeida.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]