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A solicitação de exames durante as consultas é vista com cautela por muitos médicos. Na maioria dos casos, apenas a chamada anamnese (conversa com o paciente) e o exame clínico são suficientes para estabelecer o diagnóstico. "Um exame clínico bem feito é capaz de separar o normal do anormal, sem a necessidade de exames de imagem ou laboratoriais. A entrevista e o exame médico produzem elementos suficientes para que o diagnóstico tenha uma margem de acerto de 90%", assegura o presidente da Sociedade Paranaense de Clínica Médica, César Kubiak. Para ele, os exames devem ser vistos como complemento, não como base do diagnóstico. "Eles podem ajudar no monitoramento de uma doença, na identificação de complicações ou para prever a evolução da efermidade", defende Kubiak. "Infelizmente, o modelo assistencialista que temos hoje exige que o médico atenda rapidamente, isso muitas vezes põe a perder a essência da medicina. Na falta de tempo, o médico acaba transferindo a responsabilidade do diagnóstico para os exames complementares."

Para evitar dificuldades como essas, os médicos são unânimes em dizer que o ideal é o paciente ter um médico generalista, que o acompanhe ao longo da vida e o encaminhe a um especialista quando necessário. "A fidelidade com um médico garante um vínculo muito mais forte. Se cada vez o paciente consulta com um profissional diferente, acaba fazendo exames desnecessários, perde tempo, gasta dinheiro e a adesão ao tratamento costuma ser menor", observa César Kubiak. "O médico acaba tratando o sintoma e não o paciente. Isso não é medicina, é mecânica de gente." (CV)

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