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| Foto: Fábio Conterno

Dois casos de Ebola já foram descartados em Londrina

Segundo a Secretaria de Saúde de Londrina, mesmo antes das definições e protocolos, se algum caso suspeito for identificado neste momento, todos os serviços de saúde da cidade estão orientados a notificar a Vigilância Sanitária, responsável pelas providências prévias. Em Londrina, entre agosto e setembro, uma angolana e um idoso do Togo foram considerados com suspeita de Ebola após apresentarem sintomas parecidos com a doença. Ambos os casos não foram confirmados.

O paciente de Cascavel, originado da Guiné, está internado no Rio de Janeiro após uma "operação de guerra" para transferi-lo à capital carioca. As autoridades federais de saúde esperam descartar ou confirmar o diagnóstico da doença neste sábado (10). A Guiné é um dos países africanos mais atingidos pelo Ebola.

Exames para confirmar caso de ebola serão feitos em Belém

O sangue do paciente com suspeita de ebola será coletado no instituto no Rio de Janeiro e transferido para o de Belém, que é especializado em vírus exóticos e foi selecionado pelo Ministério da Saúde como laboratório de referência para diagnosticar o ebola.

Leia a matéria completa.

  • Funcionários do serviço de saúde de Cascavel, protegidos: transferência de paciente para o Rio de Janeiro foi cercada de cuidados; Londrina ainda não tem equipamentos
  • Ministro Arthur Chioro deu entrevista coletiva para detalhar o procedimento tomado no caso suspeito de ebola
  • Ambulância chega ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, na Fiocruz

O primeiro caso de suspeita de infecção por ebola identificado no Brasil, em Cascavel, no Oeste do Paraná, deixou o país em alerta. No entanto, ainda pela manhã, o ministro da saúde, Arthur Chioro, concedeu entrevista coletiva, em Brasília, na qual elogiou os procedimentos de segurança adotados pelas equipes envolvidas no atendimento, isolamento e transferência do paciente de Cascavel para o Rio de Janeiro, onde Souleymane Bah, de 47 anos, está internado em ala isolada no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas.

FOTOS: veja imagens de como é tratado caso suspeito de Ebola no Brasil.

De acordo com a infectologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, em São Paulo, Andreia Marujo, os procedimentos implementados e o isolamento do paciente e das outras pessoas que tiveram contato com Bah foram adequados. "O que preocupa é o período entre o momento que ele entrou no país e o momento que ele procurou a unidade de saúde, pois o paciente pode transmitir a doença a partir de quando apresenta os primeiros sintomas", explicou. Andreia destaca que durante o período de incubação do vírus, quando não há sintomas, não há contágio.

INFOGRÁFICO: saiba a origem da epidemia e como o vírus age no corpo humano

Não se sabe com quantas pessoas Bah teve contato antes de dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), porém, enquanto esteve no estabelecimento, 68 pessoas entraram em contato direto ou indireto com o paciente e, por isso, serão monitoradas diariamente pelos próximos 21 dias. Andreia observa que o risco real de contágio para estas pessoas depende do tipo de contato que tiveram com o paciente.

"A transmissão ocorre pelo contato com secreções e fluídos corporais. Se não houve contato com nenhuma secreção do paciente, como saliva, suor, lágrimas, sangue, vômito ou urina, não há contágio. Não podemos precisar o risco real porque não sabemos exatamente como foi o contato".

Ainda conforme a médica, a princípio não há necessidade de isolamento da residência onde Bah morava – lembrando que o paciente informou um endereço falso no momento da internação – nem há razões para a vizinhança ficar em alerta. "A avaliação cabe à vigilância epidemiológica local, mas os vizinhos não precisam se preocupar caso não tenham tido contato físico com troca de secreções do paciente".

UPA reabre mas pacientes não aparecem, com medo do ebola

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 2, em Cascavel, no Oeste do Paraná, foi reaberta para atendimento ao público no início da tarde desta sexta-feira (10), às 13 horas. Interditado desde a quinta-feira (9), por volta das 18 horas, o local foi devidamente higienizado e esterilizado com produtos químicos. Apesar do atendimento na unidade ter sido normalizado, havia apenas oito pessoas esperando para serem atendidas no local por volta das 15h30.

Pacientes isolados na UPA 2 foram liberados

Os pacientes que ficaram isolados na UPA 2, em Cascavel já foram liberados.

Segundo determinação dos órgãos de saúde responsáveis, eles foram autorizados a deixar a unidade, porém, vestidos com peças de roupas diferente daquelas que usaram durante todo o tempo em que permaneceram na UPA. Familiares foram avisados para que levassem as mudas limpas de roupa até o local, sendo que as usadas ficaram unidade, que reabriu às 13 horas desta sexta, para esterilização.

Surto na África

Ao lado de Serra Leoa e Libéria, a Guiné, nacionalidade do paciente, é um dos três países que mais registraram casos de morte pela doença no continente.

O atual surto de ebola é o pior que se tem conhecimento. Relatório divulgado pela OMS nesta quinta-feira (9) aponta que já foram registrados este ano 8.094 casos da doença em toda a África. Destes, 3,9 mil resultaram em morte.

No último mês, outros dois casos suspeitos semelhantes, de pessoas vindas da África, foram notificados ao estado do Paraná por prefeituras. Nestas situações, porém, foram considerados suspeitas de malária, já que os pacientes não vieram de países africanos com registro de surto de ebola.

Pelo mundo

O número de pessoas que morreram por causa do vírus ebola chega a 4.033 em sete países, de acordo com o balanço divulgado nesta sexta-feira (10) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O número de infectados registrados até o último dia 8 é de 8.399, 366 casos a mais em comparação com o relatório divulgado pela organização há dois dias.

Das equipes médicas e sanitárias infectadas, 233 morreram: 38 na Guiné, 95 na Libéria, cinco na Nigéria e 95 em Serra Leoa. Sobre o surto separado de ebola identificado na República Democrática do Congo (RDC), a OMS informou que já foram registrados 71 casos com 43 mortes, oito de membros das equipes de saúde.

O mais novo relatório da OMS também confirmou o primeiro caso de ebola transmitido fora da África. A auxiliar de enfermagem Teresa Romero, que fez parte da equipe que cuidou dos missionários espanhóis Miguel Pajares e Manuel Garcia Viejo, foi contaminada com o vírus. Os missionários morreram no Hospital Carlos III, em Madri, na Espanha, depois de contraírem o ebola em Serra Leoa, na África.

A enfermeira foi isolada para tratamento e cerca de 30 pessoas que tiveram contato com ela estão sendo monitoradas. Seis delas já foram submetidas a isolamento preventivo, entre elas, o marido de Teresa, Javier Limón. Também na Espanha, sete pessoas se apresentaram na noite de quinta-feira em uma unidade de isolamento de ebola em Madri.

Nesta quarta-feira, os Estados Unidos confirmaram a morte do liberiano Thomas Duncan, a primeira pessoa diagnosticada com ebola nos Estados Unidos. Ele estava hospitalizado desde 26 de setembro. Segundo o hospital, Thomas morreu de manhã. O governo americano investiga se houve imprudência no primeiro atendimento hospitalar. Antes da internação, ele chegou a ser atendido, mas foi liberado, porque o funcionário do hospital não teria reportado ao médico, como indicava o protocolo, que ele era um viajante do Oeste africano.

Paciente com suspeita de Ebola no Brasil

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