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Para o sociólogo Demétrio Magnoli, é comum que a elite política queira dar respostas imediatas em casos de grande comoção pública, mas argumenta que o debate sobre o desarmamento parte da falsa ideia de que a violência brasileira decorre de uma sociedade armada. "É uma orgia oportunista na qual algumas autoridades misturam resposta e ideologia de um Estado tutelar."

Magnoli afirma que a proporção de cidadãos armados legalmente no país é baixa e que a violência decorre do mercado ilegal. "O governo oculta sua própria ineficácia na repressão e acusa a sociedade pelos problemas de segurança pública. Há um abismo entre elite política e sociedade."

Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcanti argumenta que o debate sobre o comércio de armas precisa ser mais qualificado e demanda uma articulação entre União e estados. "A questão da segurança pública tem de ser permanente", diz. Segundo ele, campanhas que incentivem o desarmamento são bem-vindas, mas a proibição não é a solução, até porque na Constituição não há nenhuma restrição ao direito de compra e venda deste objeto.

Custódia

Cavalcanti diz que a grande preocupação da OAB são as armas sob custódia da Justiça. Um possível acordo com o Conselho Nacional de Justiça prevê que a Polícia Federal danifique as armas – sem destruí-las, já que são provas de processos – para evitar que sejam roubadas e entrem no mercado ilegal. (PC)

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