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A publicitária Renata Archilla, de 29 anos, não alterou o tom de voz e nem mostrou desânimo ao comentar a decisão da Justiça de São Paulo, que revogou nesta terça-feira (21) a prisão de Nicolau Archilla Galan, de 81 anos, e do filho dele, Renato Grembecky Archilla, 49. Eles são acusados de mandar matar Renata, que é filha de Renato e neta de Nicolau, em 2001, no caso conhecido como "crime do papai noel".

"Isso (a decisão dos desembargadores) me dá força para batalhar para que a Justiça seja feita. Não sinto isso como uma derrota. Venci até agora de forma correta e tenho certeza de que eles vão a júri popular", contou nesta terça a publicitária.

Por causa das ameaças que disse ter sofrido durante o processo, ela mora em outro estado brasileiro. Renata afirmou que a liberdade concedida ao seu pai e avô "não muda nada" até agora. "Eu acredito na Justiça. Tenho certeza de que vou sair vitoriosa".

Recurso

O advogado Marcial Hollanda, assistente de acusação, disse que é "praticamente impossível" recorrer. "Fica complicado reverter isso porque os tribunais superiores não examinam a matéria de fato". Ele lamentou a decisão favorável aos réus por entender que, soltos, representam ameaça à vida de Renata. "Sempre é um risco pendente".

Para Hollanda, cabe agora "esperar a pronúncia" da juíza do caso (determina que os réus vão a júri popular), o que deve ocorrer em novembro, estimou o advogado.

Decisão

Por dois votos a um, os desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiram aceitar o pedido de habeas feito pela defesa de Nicolau Archilla Galan e Renato Grembecky Archilla. O advogado deles, Gustavo Eid Bianchi Prates, comemorou.

"Vejo como uma decisão de direito. O tribunal reconheceu que a prisão não tinha fundamento", comentou. Segundo ele, Renato Archilla está no 13º DP (Casa Verde) e Nicolau Galan, cumpre prisão domiciliar. "A decisão vale para os dois", ressaltou.

O caso

O crime ocorreu em dezembro de 2001. Renata foi atacada em um sinal de trânsito no Morumbi, Zona Sul de São Paulo, por um homem vestido de papai noel. "Parei o carro, ele me encarou. Achei estranho e, sem falar nada, começou a atirar", lembrou Renata, em entrevista ao G1 em 12 de agosto, quando o pai e o avô dela foram presos em São Paulo. O ex-PM foi o único julgado no caso até agora e, em 2006, foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão pelo crime.

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