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"Realmente caiu bastante neve em Curitiba em 1928 e depois, em 1942, mas aquilo não passou de uma nevada de segunda categoria perto da de ontem", disse o historiador Júlio Moreira (1899-1975) sobre a neve de 17 de julho de 1975 em entrevista a um jornal local. A justificativa: as neves anteriores haviam caído em pequena quantidade e em poucos bairros.

Naquele ano, a neve começou a cair por volta das 7h30 (há os que afirmam que viram neve às 6 horas da manhã) em "flocos grandes e nuvens céleres", segundo relatório do astrônomo José Luis Ungaretti, que fez questão de apontar de tempos em tempos o fenômeno meteorológico. Após cessar por algumas horas, os flocos brancos voltaram com tudo às ruas de Curitiba quando os relógios alcançaram 11h26: "mais furiosa que a da manhã", anotou ele.

E foi mesmo furiosa. O dentista Mauro Marques registrou em super 8 mm as duas marechais sob bombardeio intenso, os carros desfilavam com engraçadíssimos bonecos sobre seus capôs (alguém registrou algo do gênero desta vez?), as guerras de bolas de gelo multiplicavam-se. Passado o momento de sonho, muito frio (mas muito mesmo, e maior nos dias seguintes) e as belíssimas fotos – que naquela época levavam um tempo para serem reveladas. Os telhados ficaram brancos por dias, o gelo não derretia, mantendo o curitibano envolto em um sonho.

A breve neve de ontem – ou chuva congelada como disseram alguns – pode ter sido um aperitivo delicioso do que está por vir ainda hoje ou nos próximos dias, uma lembrança pueril, um flash de uma foto guardada em um grosso álbum antigo que há muito não abrimos, mas não foi suficiente para cunhar manchetes como as de 1975: "Neve maravilha curitibanos"; "Curitiba branca de neve"; "Neve aquece Curitiba" ou "Povo foi às ruas para saudar a neve".

Veja o filme O Dia da Neve em http://bit.ly/1bKs9m4

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