A reforma do Anexo 4 para a construção de novos gabinetes parlamentares poderia se transformar em uma homenagem de Oscar Niemeyer ao amigo e idealizador de Brasília, Juscelino Kubitschek. A idéia inicial do arquiteto era transformar o edifício, um "caixote" vertical de 10 pavimentos, em uma construção em forma da letra K. Mas o chefe do Núcleo de Arquitetura da Câmara dos Deputados, Elcio Gomes da Silva, afirma que o projeto foi descartado recentemente pelo próprio Niemeyer.
A nova obra, de traços simples e retos, deve ser um edifício similar ao lado do Anexo 4, com o mesmo número de andares. "O principal objetivo é padronizar o tamanho e aumentar o número de gabinetes de deputados", explica Silva. Atualmente, os espaços privativos de deputados estão espalhados pelos Anexos 3 e 4.
O primeiro deles foi inaugurado em 1973 e abriga 78 gabinetes de 36 metros quadrados cada, sem banheiro. O outro é cinco anos mais novo e tem 428 gabinetes de 40 metros quadrados, com banheiro. Os dois prédios passarão por mudanças com a construção do Anexo 4-B.
O plano é tirar todos os gabinetes do Anexo 3 e usar o espaço para funções administrativas da Câmara. Os espaços do Anexo 4 serão redistribuídos. Cada três gabinetes serão transformados em dois, de 61 metros quadrados cada.
Com o novo planejamento, o Anexo 4 terá 272 "gabinetes-padrão". O Anexo 4-B terá outros 272, o que totalizaria 544 salas. Atualmente, porém, a Câmara tem 513 deputados.
Silva conta que o projeto já prevê um crescimento no número de parlamentares. Isso seria provocado pelo aumento de população de algumas regiões e a criação de novas unidades da federação o que significa mais representantes eleitos. Tramitam no Congresso Nacional propostas que podem fundar até seis novos estados e três territórios. (AG)
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