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Dos seis países recém integrantes do Brics, três deles – Egito, Irã e Etiópia – estão entre os 60 países mais perigosos para as mulheres.
Dos seis países recém integrantes do Brics, três deles – Egito, Irã e Etiópia – estão entre os 60 países mais perigosos para as mulheres.| Foto: Ricardo Stuckert/PR

A aprovação de Lula para a nova formação do bloco do Brics, que passou a ser chamado de “clube de ditaduras”, traz à tona, entre outros problemas, mais uma incoerência do governo do PT. Enquanto o Ministério da Mulher faz uma campanha pelo fim da violência contra a mulher, para marcar o Agosto Lilás, Lula silencia sobre os abusos e riscos que mulheres passam na maior parte dos seis novos países que aderiram ao bloco.

O primeiro a receber elogios de Lula foi o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, líder de uma ditadura marcada por uma perseguição sem limites às mulheres. O caso mais conhecido se deu há cerca de um ano e, desde lá, a violência de gênero só aumentou. O fato ocorreu em setembro de 2022, quando a iraniana Mahsa Amini foi assassinada pela polícia moral do Irã por não ter usado o véu islâmico de acordo com a legislação local.

Em passagem pela Angola, Lula continuou na mesma toada e anunciou a elaboração de um plano conjunto com o país africano com vários acordos comerciais. Angola é 27º país mais perigosos para as mulheres, segundo o Women Peace and Security Index, realizado pela Universidade de Georgetown nos Estados Unidos. O levantamento é baseado na segurança e acesso à justiça pela mulher.

Sobre a ditadura do Irã, a proximidade de Lula e do PT não é novidade. Quando Ebrahim Raisi foi eleito, em 2021, o Partido dos Trabalhadores divulgou uma nota parabenizando-o pela eleição. Vale lembrar, que, ano seguinte, durante a onda de protestos sobre os direitos das mulheres após a morte de Amini, a polícia iraniana prendeu e matou pelo menos 380 pessoas, segundo a ONG Iran Human Rights Watch, além de dificultar os serviços de telefonia e internet no país.

Já na Angola, o presidente Lula pontuou sobre a desigualdade de gênero no país ao falar sobre as mulheres na política. Mas segundo dados da ONU Mulheres, há problemas ainda mais graves que não foram citados. Em 2018, 25% das mulheres angolanas com idade entre 15 e 49 anos relataram terem sofrido violência física e/ou sexual nos últimos 12 meses. A pesquisa aponta também que 30,3% das mulheres de 20 a 24 anos se casaram antes dos 18 anos, sendo 8% antes dos 15 anos.

Dos seis países recém integrantes do Brics, três deles – Egito, Irã e Etiópia - estão entre os 60 países mais perigosos para as mulheres, também de acordo com o Women Peace and Security Index. O Brasil está na 92ª posição deste ranking, que conta com 170 países.

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