Quando os relâmpagos aparecem no horizonte, permanecer em locais abertos como praias é altamente arriscado - mesmo quando ainda não há uma tempestade em curso -, de acordo com Antonio Saraiva, pesquisador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), um centro de referência nos estudos sobre raios.

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"Por ser um local aberto, às vezes cheio de guarda-sóis e quiosques, a praia é um local especialmente perigoso quando começam os relâmpagos. Ao percebê-los no horizonte, todos devem deixar a praia e procurar abrigo imediatamente", afirmou. Segundo ele, é preciso ir para algum lugar fechado e jamais se abrigar sob árvores, perto de cercas ou ao lado de veículos.

Em 2014, até o meio de novembro, 84 pessoas morreram em decorrência de raios no Brasil, de acordo com um boletim do Elat publicado no início de dezembro. Entre 2000 e 2013, em todo o Brasil, 1.672 pessoas foram mortas por descargas atmosféricas.

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Segundo Saraiva, os relâmpagos no horizonte podem ser ainda mais perigosos que os raios que caem na praias. "Raramente uma pessoa é atingida diretamente por um raio. Na maior parte dos casos, as pessoas são atingidas por correntes indiretas. A radiação do raio se propaga pela praia, tanto pela água como pelo chão e, ao atingir a pessoa, produz o efeito conhecido como diferença de potencial, fazendo com que ela seja eletrocutada", explicou.

De acordo com o especialista, o calor intenso e o alto nível de umidade no período que vai de outubro a março, produzem as condições propícias para tempestades severas acompanhadas de muitos raios. "Nesta época do ano a incidência de raios é muito alta e o Brasil é o País onde eles são mais comuns", disse. Segundo o Elat, o País recebe 50 milhões de raios por ano e, a cada 50 mortes por raios no mundo, uma ocorre no Brasil.

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