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Programas como o “Minha Casa, Minha Vida” ajudaram a segurar o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal | Antônio More/Gazeta do Povo
Programas como o “Minha Casa, Minha Vida” ajudaram a segurar o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Entre os anos de 2011 e 2014, quando números da economia já começavam a apontar uma desaceleração, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) no Brasil não chegou a sofrer um impacto negativo. E uma das explicações para a permanência da evolução de dados sociais estaria na rede de proteção social vigente no país. A conclusão é do estudo Radar IDHM, divulgado nesta terça-feira (22), em Brasília.

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“Num momento de oscilação da economia, as políticas sociais são importantes. Elas deram suporte e as pessoas não caíram imediatamente na pobreza”, observa Andréa Bolzon, técnica do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), responsável pelo estudo, junto com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro. “Por isso, é importante manter e aprimorar os programas sociais, como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida”, acrescenta o presidente do Pnud no Brasil, Niky Fabiancic.

A fonte principal do Radar IDHM é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E o objetivo da divulgação é apontar tendências que possam ajudar na elaboração de políticas públicas.

Região de Curitiba se destaca

Assim como ocorreu no Brasil, o Paraná também manteve uma evolução no IDHM geral, e nos três subíndices abarcados. No período entre 2011 e 2014, o Paraná registrou uma melhora na renda (0,743 para 0,764); na longevidade (0,842 para 0,858); e na educação (0,697 para 0,748).

O IDHM geral do Paraná, em 2014, ficou em 0,790, ante 0,761 de 2011. O número mais recente é melhor do que o nacional, 0,761. Mas, ainda assim, o Paraná figura em quarto lugar no ranking geral dos estados brasileiros e continua fora do grupo com IDHM “muito alto”, quando a região se enquadra na faixa entre 0,8 e 1,0, caso apenas do Distrito Federal (0,839), São Paulo (0,819) e Santa Catarina (0,813). Nenhum estado brasileiro está com IDHM “muito baixo” (de 0,0 a 0,5).

Já a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) recebeu um destaque positivo no estudo, puxado pelo índice da educação. Na comparação com as outras oito regiões metropolitanas brasileiras que são alvos do estudo, o IDHM geral da RMC foi o que mais avançou.

Índices melhoraram

No período de quatro anos, houve evolução do IDHM no Brasil, de 0,738 para 0,761 – a variação é de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano. Tal índice é medido a partir de três indicadores: longevidade, educação e renda.

O subíndice de longevidade no Brasil foi de 0,820 no ano de 2011 para 0,836 em 2014; já o de educação subiu de 0,676 para 0,706; e, no subíndice de renda foi registrada uma evolução de 0,718 para 0,741.

Ritmo menor

Mas, embora os dados revelem que entre 2011 e 2014 houve evolução nas três áreas abarcadas pelo estudo, a melhoria em educação e longevidade ocorreu em um ritmo mais lento na comparação com o período de 2000 a 2010, usado como referência pelos técnicos. Já a renda melhorou em uma velocidade maior, fato que surpreendeu os autores do estudo.

“De forma geral, houve melhoria, mas isso ocorreu de maneira mais lenta, o que é preocupante, principalmente quando se fala em educação, que é um gargalo. Em relação à renda, houve uma surpresa, porque achávamos que a crise econômica já teria afetado a renda”, aponta Andréa Bolzon, do Pnud.

O acréscimo na renda domiciliar per capita média foi de R$ 104,90. Apesar disso, ela reforça que “não se sabe o que acontecerá a partir de 2015”. “Pode ser que o quadro mude bastante”, alerta a técnica do Pnud.

Pobreza reduz, mas desigualdade permanece

Outro ponto destacado positivamente pelos técnicos do estudo se refere aos números da pobreza no país. A proporção de pessoas vulneráveis (com renda domiciliar per capita inferior a R$ 255) reduziu em 9,3% (taxa média) entre 2011 e 2014 – contra 3,9% entre 2000 e 2010.

E a proporção de pessoas extremamente pobres (com renda familiar per capita inferior a R$ 70) registrou uma queda de 14% (taxa média) durante aquele mesmo período de quatro anos, ante 6,5% da década anterior.

Apesar do ritmo acelerado na diminuição da pobreza entre 2011 e 2014, a desigualdade permaneceu estagnada. “As políticas públicas ficaram mais voltadas para o alívio da pobreza, como a política de valorização do salário mínimo. Para diminuir a desigualdade enorme no país, um outro conjunto de políticas precisaria ser adotado: como taxar heranças, grandes fortunas”, pondera Andréa Bolzon, do Pnud.

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