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Rosângela Batistella: medidas atacam pontos críticos no tráfego da capital | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Rosângela Batistella: medidas atacam pontos críticos no tráfego da capital| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A frota de veículos pode até dobrar em 10 anos, mas Curitiba não terá 2,1 milhões de carros andando nas ruas ao mesmo tempo. A explicação é simples: segundo estudos técnicos, só 30% (40% nos dias de chuva) dos veículos circulam juntos. Os demais ficam parados em garagens, oficinas e lojas de automóveis, além de alguns já demanchados no ferro-velho sem que tenham sido baixados no Detran. A informação é da diretora de trânsito da Urbs (estatal municipal que gerencia o trânsito na capital), Rosângela Batistella. No entanto, mesmo com apenas um terço da frota na rua, os técnicos da prefeitura de Curitiba admitem que o trânsito é lento nos horários de pico. Por isso um pacotão de emergência foi anunciado na última terça-feira.

"Estamos longe de virar uma São Paulo, mas chegamos ao nosso limite", diz Rosângela. Por isso, foram aprovadas ações nas áreas de infraestrutura viária e de circulação. A prefeitura vai criar oito novos binários, restringir o estacionamento em ruas centrais, proibir conversões à esquerda em vias de mão dupla, mudar o sentido de algumas vias, pintar faixas e balizamentos e promover ações de educação do trânsito. Também estão nos planos a instalação de semáforos inteligentes, que permitem modificações em tempo real, e o controle mais eficiente do tráfego na cidade, com o uso de câmeras. Essas medidas serão executadas até setembro.

Das outras providências em estudo, a prefeitura está negociando novos horários de trabalho e atendimento ao público para universidades, colégios, órgãos públicos, comércio e prestadores de serviço.

A ideia nas universidades é escalonar a entrada dos estudantes por cursos, com intervalos de 15 minutos, para retirar parte dos carros das ruas em determinados horários, especialmente de manhã e no início da noite. As entradas seriam divididas por cursos, com intervalos de 15 minutos. De manhã, por exemplo, Medicina entraria às 7 horas, Direito às 7h15, Engenharia às 7h30, Letras às 7h45 e Comunicação Social às 8 horas. Já à noite, a entrada também seria a cada 15 minutos, com a saída programada até as 23h30.

O mesmo ocorreria com os servidores públicos, que podem começar a trabalhar mais cedo, depois de deixar o filho de manhã na escola. Já o comércio precisaria adequar o seu horário de saída.

Alternativas

Para incentivar o uso de bicicletas, a prefeitura está fazendo um plano diretor cicloviário e também estuda a hipótese de alugar bicicletas públicas no centro, nos moldes do que ocorre no Rio de Janeiro. A licitação deve ocorrer ainda neste ano.

Para a gerente de Operações de Trânsito da Urbs, Guacira Civolani, só com a mudança comportamental do motorista é que não vai se chegar ao caos que é São Paulo, por exemplo. A disponibilidade da carona solidária e a opção do uso do ônibus ou da bicicleta, por exemplo, interferem diretamente no modo de ser da população. "Por ser um motorista individualista, ele precisa mudar seu comportamento", aconselha. "Pouco ou nada se vê em termos de compartilhamento, salvo exceções em escolas e condomínios, onde um carro leva três a quatro crianças do mesmo local, economizando a saída de mesmo número."

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