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Após convocação por redes sociais, curitibanos fizeram doações de agasalho na Praça Tiradentes, no Centro da capital | Prefeitura de Curitiba / Divulgação
Após convocação por redes sociais, curitibanos fizeram doações de agasalho na Praça Tiradentes, no Centro da capital| Foto: Prefeitura de Curitiba / Divulgação

Mutirão na Praça Tiradentes

Um mutirão convocado pelas redes sociais levou curitibanos à Praça Tiradentes, no Centro da capital, para doar agasalhos, cobertores e calçados a moradores de rua, carrinheiros e trabalhadores do período noturno. Duas kombis do Instituto Pró Cidadania de Curitiba (IPCC) e um micro-ônibus da Guarda Municipal ficaram cheios de doações em menos de duas horas. Os agasalhos foram separados e serão doados para as pessoas que precisarem pelo IPCC.

A Fundação de Ação Social (FAS) abrigou 955 pessoas em situação de rua entre a noite de terça (23) e madrugada de quarta-feira (24) em Curitiba. Vinte e uma equipes percorreram a capital para convencer as pessoas que dormem ao relento a passarem a noite em um dos abrigos providenciados por diversas entidades na capital. A operação especial vai durar pelo menos até quando o frio - que foi o mais severo dos últimos 13 anos nesta quarta - der trégua, o que deve ocorrer apenas a partir do fim de semana.

Antônio Carlos Rocha, assessor técnico da FAS, relata que após um trabalho da prefeitura para ampliar o número de abrigos, a capital chegou a 1.005 vagas disponíveis. Há unidades em funcionamento nos bairros Pinheirinho, Boqueirão, Vila Torres, Centro, Rebouças. Em todos os locais são ofertados jantar, café da manhã e, se necessário, almoço. "Temos capacidade de atender mais 185 pessoas. Alguns lugares que não funcionavam durante a noite, enquanto durar o frio, atendem durante 24 horas."

Rocha relata que muitas pessoas que foram atendidas nesta madrugada foram pela primeira vez a um abrigo da prefeitura. "Aumentamos nossa capacidade de atendimento principalmente em relação à abordagem de busca ativa, indo até os lugares onde essa população está. O maior número de atendimentos ocorreu tanto pela forma de abordagem quanto à estrutura de atendimento, que está mais distribuída nos bairros."

Mesmo com o trabalho da prefeitura, muitas pessoas permaneceram nas ruas durante a madrugada. Estimativa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome em pesquisa feita em 2012 aponta que Curitiba é a capital com mais moradores de rua em proporção ao total de habitantes (São Paulo não participou da pesquisa). Na época, a estimativa era de que 3,5 mil pessoas vivessem nessas circunstâncias.

Segundo o membro da FAS, as equipes tentam ao máximo convencer as pessoas a dormirem no abrigo. Apenas em último caso é que há a doação de agasalhos e cobertores para que a pessoa durma na rua. "Em uma situação como essa, ele não querendo o encaminhamento, fizemos esse papel de proteger a pessoa na rua, inclusive com atendimento de saúde."

Moradores podem levar cães consigo

Rocha conta que muitos moradores de rua nunca tinham ido a um abrigo antes porque não queriam deixar os seus cães sozinhos nos locais onde costumam ficar. "Na Unidade da Praça Plínio Tourinho, no Rebouças, criamos um espaço alternativos para fazer frente a essa dificuldade de levar as pessoas a um local adequado, no qual tenha todos os seus direitos assegurados. Alguns criam um vínculo muito grande com os cães, lá eles podem deixar os animais em uma parte especial destinada a este fim".

Como ajudar

A Fundação de Ação Social alerta que a melhor maneira de ajudar é doar agasalhos nos próprios centros de acolhimento de população de rua (veja lista de endereços). Outra maneira de auxiliar as equipes é ligar para o telefone 156 e relatar onde uma ou mais pessoas estão em situação de rua. Representantes da FAS serão deslocados para verificar a situação e encaminhar a pessoa para um dos abrigos da prefeitura.

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