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| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Centro prevê atendimento 100% até o ano de 2014

O diretor do Centro Hospitalar de Reabilitação, em Curitiba, Antônio Paulo Mallmann, revela que já entregou um projeto à Secretaria de Estado da Saúde para colocar todos os 81 leitos existentes na instituição (foto) em operação até 2014. "Hoje, não temos todos esses leitos em atividade, mas esperamos ter condições orçamentárias e equipamentos para isso", afirma.

Segundo ele, os dez leitos de unidade de terapia intensiva permanecem fechados e devem ser reabertos à medida que o hospital realizar cirurgias de alta complexidade, como a de coluna. "Hoje realizamos cirurgias de hanseníase e de aplicação de botox para casos em que a musculatura fica rígida", afirma. Já foram realizadas 43 operações de hanseníase e 48 de aplicação de botox.

Mallmann ainda salienta que o botox é necessário em casos que a musculatura está atrofiada. Ainda neste ano devem começar a ser realizadas cirurgias de média complexidade, como em joelhos e tornozelos. (DA)

Problema

Defasagem no quadro de servidores dificulta pleno funcionamento

A falta de servidores é outro motivo que dificulta a abertura de leitos. No ano passado, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) previa a contratação de 1,8 mil servidores. No entanto, apenas 93 foram nomeados, segundo o relatório de 2012 da Sesa. A diretora do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores em Serviços Públicos da Saúde Pública do Paraná (SindSaúde-PR), Elaine Rodella, afirma que a saúde pública convive com essa realidade há muito tempo. "A falta de servidores reflete nos leitos fechados ou que nem abertos foram. Como abrir um leito de enfermaria sem técnico de enfermagem?"

Ela ainda afirma que o governo tem dado preferência a parcerias com hospitais privados e filantrópicos. "O patrimônio público não está sendo privilegiado. Dessa forma, muitos hospitais enfrentam diversas dificuldades, com falta de equipamentos e funcionários", salienta. Atualmente o governo mantém parcerias com aproximadamente 50 hospitais filantrópicos, universitários ou municipais para atender o Sistema Único de Saúde (SUS).

O superintendente da Sesa, Charles London, afirma que o estado procura trabalhar nas duas frentes. "A gente investe nas unidades próprias e na qualificação de leitos dos outros hospitais", diz. A qualificação ocorre mediante o Programa de Apoio e Qualificação de Hospitais Públicos e Filantrópicos do SUS no Paraná (HospSUS). (DA)

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Quase um terço dos leitos hos­­pitalares administrados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está ocioso. Isso significa que 587 vagas estão inativas ou nem sequer saíram do papel. Nesse cálculo não entram hospitais municipais, filantrópicos ou universitários. Segundo o governo estadual, a falta de recursos financeiros, profissionais e equipamentos são os principais empecilhos para o pleno funcionamento dos leitos.

O único hospital com previsão de abertura de vagas de internamento ainda neste ano, segundo o Relatório Qua­drimestral de prestação de contas da Sesa, é o Hospital Regional de Ponta Grossa. Ho­je, a instituição possui 40 leitos ativos, mas o espaço foi preparado para comportar 193. O plano é abrir mais 48. "Já foram contratados 206 servidores para o hospital de Ponta Grossa no início do ano e temos a perspectiva da compra de mais equipamentos. Des­­sa forma, é viável a abertura de novos leitos", explica o superintendente de unidades hospitalares da Sesa, Charles London.

O Centro Hospitalar de Rea­­bilitação, em Curitiba, teria capacidade para 81 leitos, mas, segundo o relatório referente a 2012, apenas dez estão ativos. London afirma que a instituição já tem 25 leitos em atividade desde o início de 2013. Além disso, o índice de cirurgias realizadas no local é um dos mais baixos do estado: apenas 54 em 2012 contra 977 do Hospital de Ponta Grossa, por exemplo.

Preferência

O funcionamento de todos os 587 leitos ociosos depende de cada caso. O superinten­dente cita que o Hospital Psi­quiátrico Adauto Botelho, em Pi­nhais (Grande Curitiba), de­­ve ter uma redução natu­ral de leitos. "A política é dar pre­­ferência para não tratar esses pacientes em hospi­tais". O mesmo fenômeno deve ocor­­rer com o Hospital de Der­ma­tologia Sanitária, na cidade vizinha de Piraquara. "Nem todos os leitos de lá são necessários. Preconizam-se atendimentos fora do hospital sempre que possível", explica.

London salienta ainda que a preferência do governo é a abertura de leitos qualificados. "A gente precisa de mais leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e é nesse ponto que mais trabalhamos", diz. Dos hospitais gerenciados pela Sesa, apenas sete dos 16 hospitais têm UTI – sendo 99 vagas para adulto, 14 para crianças e 11 para recém-nascidos.

O médico Luiz Ernesto Pu­­jol, do Departamento de Defesa Profissional da Asso­cia­ção Médica do Paraná, concorda que o custeio dos leitos é alto e grande parte dos equipamentos está defasada. "Aumento de leitos exige toda uma estrutura funcional e ela é extremamente onerosa tanto na instalação como no pleno funcionamento e manutenção. Mas, sem leitos, o sistema vira um caos e deixa a população desassistida", ressalta.

Ação civil pública não deu em nada

O promotor público Fuad Faraj ingressou em agosto do ano passado com uma ação civil pública contra o estado do Paraná cobrando o pleno funcionamento do Hospital Regional de Ponta Grossa. Porém, ele não viu a cobrança surtir efeito. "Isso é reflexo da inatividade do governo, que não consegue colocar leitos para funcionar."

Segundo ele, a realidade em todo o estado é preocupante. "A falta de leitos provoca impactos diretos sobre a população. Quando o estado prioriza atendimentos em hospitais regionais e em cidades polo, alguns municípios ficam descobertos", afirma.

O superintendente de unidades hospitalares da Secretaria de Saúde do Paraná, Charles London, afirma que é inviável ter especialistas de todas as áreas em todos os municípios.

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