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São Paulo - A notificação de infecções por micobactérias de crescimento rápido passará a ser compulsória no Brasil, como já ocorre hoje com outras doenças que podem trazer grave impacto à saúde pública – caso da dengue. Micobactérias são um tipo de microrganismo encontrado no solo e na água e que atualmente causa uma epidemia de lesões nodulares e de difícil cicatrização entre pessoas que se submeteram a videocirurgias e procedimentos estéticos. Um total de 76 casos foram registrados neste ano, contra 851 em 2007, números sem precedentes no mundo.

A decisão de obrigar a notificação da doença, exigida por especialistas de todo o país, ocorreu ontem, após reunião da diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e sete anos depois dos primeiros registros do problema.

A agência também descartou que o glutaraldeído, produto utilizado na desinfecção de materiais cirúrgicos, possa estar envolvido nos casos, suspeita levantada há uma semana pelo próprio órgão regulador. Em nota técnica, divulgada pela agência na sexta-feira passada, foi apontado que a substância ativa do produto poderia estar contaminada pelas bactérias.

O diretor-presidente da agência, Dirceu Raposo de Mello, também prometeu fazer visitas a todos os estados brasileiros para cobrar providências das vigilâncias sanitárias locais, acompanhado de um grupo de técnicos da agência.

As primeiras notícias sobre a epidemia foram divulgadas em 2001. Em setembro de 2007, após reunião em Brasília sobre o tema, foi revelado novo surto no Paraná, Rio e em outros locais do país; em junho deste ano, a Anvisa reconheceu o retorno do problema. No Paraná, foram notificados 129 casos em 2007, 121 deles em Curitiba.

A agência tomou medidas mais contundentes na semana passada, quando o governo do Espírito Santo decidiu suspender as lipoaspirações e rever todos os procedimentos de combate à infecção hospitalar nos serviços após a confirmação da infecção em cinco pacientes.

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