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Foz do Iguaçu – A apreensão de três veículos paraguaios na manhã de ontem na Ponte da Amizade, ligação entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, agravou a crise na fronteira. Em represália à ação, a ponte foi bloqueada por taxistas paraguaios por volta das 10 horas, deixando cerca de 5 mil brasileiros retidos em Ciudad del Este até o fim da tarde.

Funcionários de lojas, turistas e sacoleiros só conseguiram voltar a Foz do Iguaçu durante uma forte chuva que acabou dispersando os manifestantes. Compristas cruzaram a Ponte da Amizade a pé carregando mercadorias nas costas. Durante o dia, houve muita tensão, com empurrões e até agressão física a jornalistas paraguaios e sacoleiros, alvejados com pedras e laranjas.

"Não conhecia o Paraguai e agora não quero voltar mais", disse o turista carioca Adilson Sousa, 48 anos. Ele estava em Foz do Iguaçu participando de um congresso e acabou cruzando a fronteira para fazer compras pela manhã, mas foi impedido de voltar e perdeu o vôo de retorno ao Rio de Janeiro à tarde.

Logo cedo, fiscais da Receita Federal apreenderam um táxi e duas motos, aumentando para mais de 30 o número de veículos paraguaios retidos na aduana por transportar mercadorias para fins comerciais desde o dia 6. A ação surpreendeu os paraguaios, que esperavam uma fiscalização mais flexível.

O governador do estado de Alto Paraná, Gustavo Cardoso, e o prefeito de Ciudad del Este, Javiera Zacarias Irún, emitiram ontem uma nota oficial na qual lamentam a quebra do acordo pelas autoridades brasileiras, enfatizam que a atitude do Brasil põe em risco a construção de novos acordos e ainda pedem às autoridades paraguaias uma atitude mais firme e patriótica. Cardoso e Irún viajariam ainda ontem a Assunção para encontrar o presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos.

O presidente do Sindicato dos Taxistas Unidos de Ciudad del Este, Santiago Segóvia, antecipou, entretanto, que hoje cedo deve ocorrer novo fechamento da Ponte da Amizade. "Se não houver resposta positiva do encontro entre os governantes da região e o presidente, vamos fechar", disse Segóvia.

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